O apoio do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e do prefeito do Recife, Geraldo Julio, pode ser decisivo para garantir ou não a candidatura de Joaquim Barbosa. No núcleo duro do partido que se reuniu ontem, há nomes que resistem à candidatura presidencial; como o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho; e nomes que já estão ao lado de Barbosa, como o ex-deputado federal Beto Albuquerque. Com o peso que o diretório de Pernambuco tem no comando do PSB, Paulo e Geraldo podem desequilibrar a balança em relação ao presidenciável. Em um jantar reservado com o ex-ministro no Recife, há três dias, eles teriam indicado que, a princípio, não dariam um apoio explícito, nem vetariam uma candidatura de Barbosa.
Ao sair do encontro, Barbosa afirmou que o partido colocou para ele as dificuldades em algumas alianças regionais. E confessou que a família não é a favor da candidatura presidencial; algo que já era tratado em reserva pelo PSB. Segundo um socialista, a família de Barbosa ficou “impressionada” com o bombardeio em cima do ex-ministro do STF depois que o Datafolha mostrou que ele tinha entre 8% e 10% das intenções de voto, a frente de nomes como os ex-governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e do Ceará, Ciro Gomes (PDT). Entre os aliados de Barbosa, porém, há o entendimento de que a não exposição pode ser positiva para preservá-lo de ataques.
Ao JC, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse que o partido não deu prazo a Barbosa. Ele minimizou a pressão familiar dizendo que nenhuma família de político é favorável a entrada deles na vida pública. Siqueira disse não ter encontrado resistência entre os nomes da cúpula do PSB, mas “questionamentos normais em relação a alguém que nunca havia estado na política”. De acordo com o presidente do PSB, esses questionamentos giraram em torno das posições de Barbosa sobre a economia e sobre propostas programáticas, sem dar mais detalhes.
Entre os próximos movimentos de Barbosa, é esperado que ele se reúna com a bancada do PSB no Congresso, um dos fóruns mais favoráveis à candidatura presidencial. Os parlamentares já queriam recebê-lo nesta semana, e até cobraram a realização de uma conversa que teria ficado acertada desde janeiro. Também é esperado que ele volte a Recife, já que o governador Paulo Câmara já o convidou para conhecer o modelo de gestão implantado pelo PSB em Pernambuco.