João Campos, filho do ex-governador Eduardo Campos, disse nesta sexta-feira, 7, que os expressivos números do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Nordeste são fruto da "gratidão do povo". Segundo pesquisa do Datafolha, divulgada no último fim de semana, metade dos eleitores da região (50%) declarou votar em Lula no primeiro turno. É muito, principalmente quando Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede), empatados em segundo lugar, amealham apenas 7% da preferência dos nordestinos quando o petista está na corrida.
"O povo do Nordeste é generoso e reconhece Lula por tudo que ele fez, é inegável que ele foi o presidente que mais fez pelo Nordeste brasileiro. Basta pegar um carro, andar e ver tantas ações realizadas por ele, um campus universitário brasileiro, uma transposição e tantas outras ações que a gente vê que foram construídas pelas mãos de Lula. Então esse sentimento é fruto da gratidão que o povo tem e acho justo", disse João Campos que é vice-presidente de Relações Federativas do PSB.
Lula está preso na sede da Polícia Federal desde o dia 7 de abril. Ele foi condenado em 1ª e em 2ª instâncias pelo caso do triplex em Guarujá (SP), na Operação Lava Jato. Questionado se a prisão foi justa, João Campos disse que é preciso acreditar na justiça e que Lula deve ter o direito de se defender. "Nós temos que acreditar na Justiça, ele deve ter seu direito à defesa, como qualquer cidadão. Mas como brasileiro e como jovem, espero que a Justiça não seja seletiva, quem cometeu algum erro tem que pagar por isso. Mas a Justiça não pode ser célere só para alguns, tem que ter alguns cuidados para garantir que a Justiça continue a ser uma esperança dos brasileiros".
Sobre a possibilidade de candidatura de Joaquim Barbosa à presidência pelo PSB, João disse que é preciso conversar. "É muito cedo para decidir, ele tem 15 dias de filiado, nosso partido tem história, não somos partido que condiciona a entrada de alguém a ser alguma coisa. Temos uma bancada grande e temos seguimentos organizados da sociedade, temos movimentos de mulheres, negritude, movimentos sindicais, então não podemos fazer as coisas sem conversar", comentou.
O socialista critica a falta de propostas para o País dos atuais pré-candidatos. "O cenário é de indefinição para o País, poucas pessoas falando de projetos e pensando só na eleição. Corremos sério risco de haver ruptura e mais uma vez a eleição não se dar no conjunto de ideias, de proposta e mais em questões pessoais. Acho que o PSB está construindo um caminho que vai ajudar a não ficar nesse ponto, para nós seria muito cômodo colocar alguém com uma boa intenção de votos para disputar, mas a ordem não é essa, primeiro é conversar e decidir o caminho a ser tomado", disse.