O presidente Michel Temer se encontrará na noite de hoje (24) com presidentes de diretórios regionais do MDB, no Palácio da Alvorada. Segundo o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, o objetivo é ouvir opiniões, sugestões e conhecer o pensamento dos emedebistas para as eleições deste ano.
“Vamos tratar de política, de eleições. O presidente quer colher sugestões, quer sentir o partido. É uma atividade político-partidária. Estamos reunindo grupos pequenos para que as conversas sejam francas e os convidados possam expressar suas opiniões sem muita pressa. Queremos ter um sentimento real do pensamento do partido”, disse Marun.
O ministro afirmou que o jantar não será para pedir apoio para uma eventual candidatura de Temer à Presidência da República, mas acrescentou que o apoio seria bem-vindo. “Obviamente não vamos desprezar apoio. Vamos conversar sobre o assunto”. O partido já afirmou que terá uma candidatura do governo nestas eleições. Temer, segundo o próprio Marun, se predispôs a ser o nome da legenda. Todavia, o cenário ainda não foi definido.
Essa é a primeira de uma série de encontros que Temer promoverá com dirigentes do partido. Na semana passada o presidente reuniu parlamentares emedebistas em um restaurante e fez um discurso de defesa dos atos do seu governo. “Quem quiser fazer oposição tem que dizer que é contra o teto dos gastos, a favor de um ensino médio anacrônico, e daqueles juros de 14,25%, e não de 6,5% [em referência à taxa Selic]”, disse na ocasião.
Para Marun, o próximo candidato que não defender pautas do governo, como a reforma da Previdência, será um “mentiroso”. “Alguém vai mentir de que a reforma da Previdência não é necessária? Eu torço para que não se eleja um mentiroso nessas eleições. Mentir para a população para ganhar votos quase se constitui em um crime de lesa-pátria”, defeneu.
Segundo o ministro, na reunião ocorrida hoje com líderes da Câmara e do Senado foram discutidas pautas em tramitação como a privatização da Eletrobras e o cadastro positivo. Este último é um banco de dados que vai reunir informações sobre quem já o pagamento de empréstimos e financiamentos em dia. Sobre este tema, o ministro defende a inclusão de um dispositivo que ofereça ao consumidor a opção de participar ou não do cadastro. Esse é um ponto que enfrenta resistência entre alguns parlamentares.
“Eu penso que o que está sendo proposto aprimora o projeto. É o pensamento também dos órgãos de proteção ao consumidor. Você vai ter um tempo para dizer que você não quer”, disse. “Isso diminui a resistência ao texto, bastante. Existe uma preocupação do parlamento das pessoas serem compelidas a isso. É uma vantagem, a princípio, você vai ter o crédito facilitado. Mas ninguém é obrigado a ter cadastro positivo”, completou. A expectativa do governo é que a aprovação do cadastro positivo, já com essas alterações, ocorra ainda hoje.