Após o Diretório Estadual do PT adiar para junho o encontro que vai definir sobre candidatura própria ou aliança com o PSB, nomes do Pernambuco Quer Mudar afirmaram que o grupo de oposições ao governador Paulo Câmara deve lançar o nome que vai encabeçar a chapa majoritária logo, independentemente da definição petista.
“Claro que compreender como as peças do tabuleiro se organizam é um fator, mas estamos, primeiro, decidindo no conjunto o nome que tenha as melhores condições de fazer um enfrentamento que é duro. É o enfrentamento de uma estrutura que tem uma máquina governamental de doze anos em Pernambuco. Lógico que fragilizada, com compromissos não cumpridos, mas a decisão é de muita responsabilidade e devemos tomá-la nas próximas semanas”, afirmou o deputado federal Bruno Araújo (PSDB), ontem, durante a Assembleia Extraordinária da Amupe, no Recife.
Mais enfático, o senador Armando Monteiro (PTB), cotado para encabeçar a chapa, disparou: “Nosso prazo não é condicionado à posição do PT”. A declaração foi dada ao Blog de Jamildo. Armando rejeitou a ideia de postergar ainda mais a decisão e disse que a definição da chapa “não está longe”, mas evita fixar uma data, citando o adiamento ocorrido e a “cobrança” constante pela decisão.
“Nosso prazo não é condicionado à posição do PT”, disse Armando. Segundo ele, o grupo segue um “calendário político que amadurece” e que está aberto a “novos partidos que podem se integrar à frente”. O petebista lembrou que os partidos têm até julho, quando serão realizadas as convenções, para a definirem os candidatos.
O deputado federal Mendonça Filho (DEM) e o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) compartilharam do sentimento de que não se pode mais esperar pela definição do palanque da Frente Popular. “Acredito que muito breve deveremos atender a essa expectativa que é da imprensa, das forças políticas, prefeitos, vereadores e todos que querem o nome anunciado o mais breve possível”, disse Bezerra Coelho na Amupe. Por telefone, Mendonça afirmou estar alinhado com entendimento de não esperar pela decisão do PT.
Enquanto o PT não se define, a vereadora Marília Arraes tenta consolidar sua candidatura ao Palácio do Campo das Princesas e a oposição pode se favorecer com isso, pois pode levar a disputa ao segundo turno. Nessa conjuntura, o melhor para os socialistas seria uma aliança logo no primeiro turno.
Outra situação que atrasa o nome da oposição é a indefinição sobre o comando do MDB, que hoje está sendo disputado na Justiça pelo vice-governador de Pernambuco, Raul Henry, e Fernando Bezerra, que quer levar o partido para a oposição a Paulo Câmara. Na visão de Bruno Araújo, “não há necessidade de se aguardar”. “O fator principal é encontrar quem tiver disposição e que possa somar mais no conjunto de forças no Estado.”
Ontem, Bruno Araújo disse, abertamente, que o nome para encabeçar a chapa majoritária da oposição deve ser o de Armando Monteiro ou de Mendonça Filho. Questionado se estava tirando o nome de Fernando Bezerra de cena, Bruno preferiu dizer que “todos os nomes e partidos desse conjunto são alternativas, mas no momento a concentração é em Mendonça e Armando.”