O presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR), confirmou na manhã desta terça-feira (22) que o partido deve lançar como candidato ao Planalto o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB). "O Meirelles tem o desafio de mostrar crescimento, mostrar uma tendência, em 60 dias. Se conseguir isso ele fica em posição privilegiada de implantar convergências no centro (do espectro político)", disse o parlamentar. O anúncio foi feito em café da manhã promovido pela Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig), segundo o Valor Econômico. Pela primeira vez, após mais de 20 anos, o MDB terá candidato próprio à Presidência.
Com apoio dos correligionários, Meirelles vai discursar no lançamento do documento “Encontro com o Futuro”, documento que destaca as ações do governo Michel Temer e defende o aprofundamento das reformas, como a da Previdência, e a redução das despesas obrigatórias da União. A declaração de apoio ao ex-ministro dá fim às especulações sobre a candidatura de Temer à reeleição.
O presidente Michel Temer (MDB), disse Jucá, terá o papel de comandar o país e os sete meses que faltam até dezembro representam 20c/o de todo o mandato dele. Meirelles, afirmou, é um outsider com "gabarito" e que teve "sucesso em todas as suas funções" públicas. Para Jucá, a economia não vive um momento de revés e o ex-ministro poderá estampar inflação e juros reduzidos. A economia só tem dois problemas, na opinião do líder do governo Temer no Senado: a alta do dólar, que é mundial, e a instabilidade provocada pelas incertezas da eleição presidencial.
Em sua cartilha, o partido defende que o eleitor terá duas opções este ano: “Continuar políticas que deram certo, e que estão impulsionando a recuperação da economia, ou voltar às que causaram recessão, desemprego, inflação e aumento da pobreza”.
O partido compara o cenário em que encontrou ao assumir a Presidência ao de terra arrasada. Não faz referência, contudo, de que também participava da gestão anterior, inclusive com a presença de Temer na vice-presidência. “Não podemos nunca nos esquecer que o governo que provocou a crise foi durante quase todo o tempo aprovado pela maioria, e que o que corrigiu aqueles erros, com resultados inequívocos, é reprovado”, afirma em alusão aos índices recordes de rejeição ao atual governo.