Haddad: TSE não pode se manifestar sobre Lula antes de análise do STJ

Posicionamento de Dodge veio algumas horas depois de Lula ser registrado como candidato pelo PT
Estadão Conteúdo
Publicado em 16/08/2018 às 16:11
Posicionamento de Dodge veio algumas horas depois de Lula ser registrado como candidato pelo PT Foto: Foto: Sérgio Bernardo/ JC Imagem


O vice na chapa do PT na corrida ao Planalto, Fernando Haddad, criticou o anúncio feito nesta quarta-feira (15) pela procuradora-geral eleitoral, Raquel Dodge, de contestar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O posicionamento de Dodge veio algumas horas depois de o PT registrar oficialmente Lula na Justiça Eleitoral como candidato. Segundo Haddad, "não querem esperar a manifestação do STJ (Superior Tribunal de Justiça, no julgamento sobre a questão da segunda instância) antes de decidir o registro". A fala foi feita a jornalistas nesta quinta-feira, 16, em São Paulo, em coletiva após participar de evento promovido pelo Todos Pela Educação.

A procuradora-geral eleitoral, Raquel Dodge, decidiu nesta quarta-feira contestar a candidatura de Lula, preso e condenado no âmbito da Operação Lava Jato, à Presidência. O candidato a deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), líder do Movimento Brasil Livre (MBL), e o candidato a deputado federal Alexandre Frota (PSL-SP), também entraram com ação no TSE para barrar a candidatura do ex-presidente. Hoje, o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, contestou o registro de Lula.

"Estamos ingressando, pela Lei da Ficha Limpa, com um recurso liminar no STJ para suspender os efeitos da condenação em segunda instância. Como que o Tribunal Superior Eleitoral vai se manifestar antes do posicionamento do STJ. Me parece incompatível com a legislação em vigor", defendeu. "O que se vê e que parece é que essa perseguição aos direitos do presidente não tem fim", acrescentou Haddad.

O petista também foi questionado sobre o pedido de esclarecimento feito pelo Ministério Público Federal quanto às visitas dele e da senadora Gleisi Hoffmann, que representam Lula como advogados, mas, segundo o MPF, na verdade estariam atuando politicamente nas visitas. O procurador Deltan Dellagnol pediu que a polícia esclarecesse o sistema de visitas. "Eles não estão lá para saber do que a gente trata. Ou tem escuta?", argumentou. Estou dizendo que fui lá conversar sobre um documento essencial para o registro. Não existe candidatura sem registro. E não existe registro sem plano de governo. Como vou elaborá-lo sem ouvir o candidato?", defendeu.

Nordeste

Haddad negou enfraquecimento da sua sigla no Nordeste em uma disputa sem a presença de Lula - preso em Curitiba na Operação Lava Jato por causa do julgamento envolvendo o triplex de Guarujá (SP). "Nós governamos praticamente o Nordeste inteiro. PT governa Bahia, Piauí, Ceará, tem a melhor candidata no Rio Grande do Norte, tem coligação m Pernambuco e Paraíba. Em Sergipe...", disse.

A ligação pessoal da região com o ex-presidente não foi negada, mas Haddad destacou a relação dos nordestinos com figuras regionais. "Estamos indo para o quarto mandato na Bahia. Wellington Dias é eleito sem sair de casa de tanto prestígio que ele tem", disse.

Ontem, o candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, afirmou que poderá atrair votos do ex-presidente Lula caso o petista seja impedido de se candidatar nas eleições. Bolsonaro declarou ainda que Lula não conseguirá transferir votos suficientes para eleger um substituto de sua escolha.

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