A candidata da Rede à Presidência da República, Marina Silva, disse que é preciso organizar uma ajuda humanitária aos venezuelanos que estão deixando seu país de origem. "A situação da Venezuela é dramática, pela perda da democracia e em relação ao sofrimento do seu povo", disse durante sabatina da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília, nesta quarta-feira (29).
"O governo brasileiro errou quando, por alinhamentos políticos, não fez prevalecer o ideal que nos deve orientar e nos deixou sem nenhuma ação política", falou, criticando a atuação dos governos em relação ao regime de Nicolás Maduro. "O Brasil tinha de liderar na América Latina o esforço diplomático para que a Venezuela não chegasse aonde chegou", afirmou.
Questionada sobre suas propostas em relação ao subsídio ao óleo diesel, que deve ser extinto em janeiro do ano que vem, ou seja, já na posse do próximo presidente, Marina disse que o governo de Michel Temer teve uma atitude desastrosa em relação aos combustíveis. "O subsídio ao combustível é ir na contramão dos esforços que devemos ter na redução de emissão de gás carbono", afirmou. "Estar sujeito a um único modal de transporte é deixar o País na mão, como na greve dos caminhoneiros. A greve poderia ter sido evitada, mas em um governo sem credibilidade fica muito difícil", disse.
A candidata foi questionada sobre como deve lidar com a bancada ruralista, que tem força no Congresso Nacional, caso seja eleita "Sempre trabalhei com convencimento. Não tenho medo de diálogo com o Congresso", respondeu.
Sobre o armamento, Marina disse que a solução para a segurança pública no Brasil é permitir que bandidos não usem arma e não distribuir armas para que a população se defenda sozinha. "Não vamos combater violência distribuindo armas para as pessoas", afirmou.