Ex-presidente Lula tem defesa formada por banca 'eclética'

Banca constituída pode ser dividida em três grupos: os defensores técnicos, os conselheiros de companhia e os representantes políticos
Estadão Conteúdo
Publicado em 02/09/2018 às 9:20
Banca constituída pode ser dividida em três grupos: os defensores técnicos, os conselheiros de companhia e os representantes políticos Foto: Foto: Rovena Rosa/ABr


Condenado por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem uma banca de pelo menos 24 advogados. São defensores de seu circulo familiar, um ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, um ex-juiz eleitoral do Paraná, especialistas em direito criminal e eleitoral e um grupo de políticos bacharéis em direito com carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

A banca constituída por Lula pode ser dividida em três grupos: os defensores técnicos, os conselheiros de companhia e os representantes políticos. Bacharéis em direito por formação, seis petistas foram nomeados defensores e representantes legais do ex-presidente. Qualificados como advogados, passaram a ter o direito de visitar o cliente em qualquer dia da semana, na sala especial em que está desde o dia 7 de abril, na sede da Polícia Federal, em Curitiba.

É também por meio dos advogados que Lula passa, da cadeia, coordenadas ao PT e à campanha eleitoral petista. Amanhã, ele deve receber o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, vice na chapa do PT à Presidência e que deve ser oficializado na sua chapa após a Justiça eleitoral o declarar inelegível e cassar seu registro.

Semana passada, a banca política sofreu duas baixas. A Justiça Federal anulou na quinta-feira, 30, procuração dada pelo petista à senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e ao tesoureiro do partido, Emídio de Souza. Agora, por determinação da Justiça, eles só vão poder visitar o ex-presidente às quintas-feiras por no máximo uma hora.

A decisão coloca também em risco outras procurações dadas por Lula a petistas advogados. Fazem parte dessa banca o próprio Haddad, o deputado federal Wadih Damous e os ex-deputados Sigmaringa Seixas e Luiz Eduardo Greenhalgh.

Parte da banca atua nas ações de Curitiba, abertas pelo juiz federal Sérgio Moro, do STF e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, relacionados à Lava Jato, ou no processo da execução da pena. São os defensores técnicos. Encabeçam esse grupo, os criminalistas Cristiano Zanin Martins, genro do compadre de Lula, Roberto Teixeira, e José Roberto Batochio, decano da equipe. Desde janeiro, quem também faz parte dessa banca é o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e ex-procurador-geral da República, Sepúlveda Pertence.

Corpo técnico

Inelegível, Lula passou a dispor de outra banca técnica nos últimos meses. São os advogados eleitorais, encabeçados pelos advogados Luiz Fernando Casagrande Pereira, Maria Claudia Bucchianeri e Eugênio Aragão (ex-ministro da Justiça). Os dois primeiros foram os responsáveis pela defesa do direito de Lula ser registrado como candidato no TSE. Aragão atua na área de propaganda da campanha. Ontem, a tese da banca foi derrubada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por 6 votos a 1. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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