O candidato a presidente da República pelo Podemos, Alvaro Dias, partiu para o ataque contra o candidato a vice-presidente e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), adversário que deve ser confirmado amanhã como o nome do Partido dos Trabalhadores na cabeça de chapa, após a impugnação de Luiz Inácio Lula da Silva pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo Dias, Haddad "será o porta-voz da tragédia" e "carregará um fardo pesado, que é a herança de um tempo de desarrumação no Brasil", uma referência ao governo do PT encerrado com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Dias considerou como uma "encenação" e uma "afronta ao Judiciário" o fato de o PT manter a candidatura de Lula, mesmo com o ex-presidente condenado em segunda instância e preso em Curitiba (PR), portanto inelegível. "Quando assistimos partidos e lideranças insuflando a população para o desrespeito à ficha limpa, para afronta a decisões judiciais, alimentando uma candidatura que não existiu, e quando assistimos insuflarem ódio e violência, portanto, é que imaginamos estar a democracia em risco", afirmou o candidato durante entrevista na Associação Comercial de Ribeirão Preto (SP).
Os ataques aos adversários continuaram e o senador disse que o PT é o responsável pela "anarquia institucionalizada", e considerou o partido como o "caminho da Venezuela". Indagado se esperava que os possíveis eleitores de Lula migrariam para adversários alinhados à esquerda, Dias colocou em dúvida se as intenções de voto para o ex-presidente realmente se concretizariam caso ele fosse oficializado como candidato.
"Não sei se são eleitores do ex-presidente, se admitiriam votar em alguém que chefiou uma organização criminosa. Chegaria momento da reflexão e acabariam não votando", afirmou. "Acho que esses eleitores não são eleitores ideológicos e podem migrar, portanto, para qualquer lado, que ficarão disponíveis para convencimento", completou Dias.
O candidato do Podemos voltou a questionar as pesquisas eleitorais, avaliou que mais de 50% dizem que não definiram o voto ao serem questionados nas ruas e lembrou que nas eleições mais recentes candidatos que lideravam levantamentos de intenção e votos em agosto nem disputaram o segundo turno. "O momento é complexo, pois as pesquisas qualitativas mostram que brasileiro quer honestidade, competência de gestão, experiência administrativa, combate à corrupção e aos privilégios. E as pesquisas quantitativas mostram algo diferente, porque os que lideram são aqueles que negam esses pressupostos estabelecidos", completou.