Cobrado por promessas feitas na eleição passada, o governador Paulo Câmara (PSB) tem tido a precaução na disputa pela reeleição de apresentar propostas que sejam viáveis com recursos próprios do Estado; o chamado “dinheiro azul e branco”. O socialista tem alegado a crise econômica e acusado a União de perseguição política para explicar aos eleitores porque promessas de 2014 não foram entregues no primeiro mandato.
Até agora, o governador propôs um décimo terceiro de R$ 150 para famílias que recebem o Bolsa Família; a criação de uma versão estadual do Prouni; a contratação de 5 mil novos policiais; criação de um novo Biesp no Sertão, de um novo Bepi em Garanhuns e de três delegacias da mulher; além de implantar um departamento de repressões ao crime organizado com seis delegacias.
Todas essas propostas são mais baratas do que a construção de múltiplos hospitais, como o socialista prometeu há quatro anos. É o caso do pacto pelo emprego, que prevê a criação de câmaras setoriais para estudar a abertura de postos de trabalho, de custo relativamente baixo para o Estado.
“Nós temos governança. Claro que há uma ampla gama de projetos que podem ser realizados com o governo federal. Mas não queremos ficar na mão deles. Por exemplo, nós concluímos a Adutora do Pirangi. A Adutora de Serro Azul está andando a mil. A Adutora do Agreste, que depende deles, está em um ritmo muito menor, porque o dinheiro vem do governo federal. Pirangi a gente fez 100% com o dinheiro do governo Paulo, que não havia sido prometida. Justamente pelo atraso da Adutora do Agreste. Pegamos dinheiro de uma operação de crédito já contratada”, explica Márcio Stefanni, coordenador do programa de governo de Paulo Câmara.
Segundo Stefanni, uma das preocupações da confecção do documento é evitar que as propostas não sejam frustradas. Para isso, o PSB pretende apresentar propostas que caibam dentro do orçamento do Estado. A ideia é evitar que uma continuidade da crise econômica atrapalhe a realização das ações pelo governo.
“A gente mantem sempre a esperança de que no governo Lula e Haddad as portas sejam reabertas para o crédito e outros convênios. No entanto, essas propostas são realmente no âmbito estadual porque são coisas que nós temos total governança. Nós podemos afirmar que é possível fazer. Não é possível, por exemplo, usar operação de crédito para pagar o Bolsa Família e o Prouni. São propostas de custeio. E operações de crédito são apenas para investimento”, diz Stefanni.
Nesse domingo (9) pela manhã, Paulo Câmara visitou o Parque Santos Dumont, em Boa Viagem, onde gravou imagens para o guia eleitoral. Ele prometeu replicar no interior o mesmo modelo de parque esportivo; além de concluir a construção de 200 quadras em todo o Estado. Nesta segunda-feira (10) o socialista fará campanha à noite em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife.