O candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, reiterou nesta segunda-feira (24), estar confiante de que chegará ao segundo turno e que a virada dos votos se dará nos últimos momentos. Em entrevista à Rádio Bandeirantes de São Paulo, o tucano disse ainda que alguns eleitores declaram, hoje, voto em Jair Bolsonaro (PSL) porque imaginam que ele possa derrotar o PT, mas que isso não deve ocorrer por causa de sua grande rejeição.
"Em todas as últimas eleições, as mudanças maiores foram no final. A população foi amadurecendo e a mudança ocorreu", disse Alckmin, que deu como exemplos a eleição presidencial de 2014, onde Aécio Neves, então candidato do seu partido, superou Marina Silva, então no PSB, a menos de dez dias da eleição - e também a disputa de 2006, quando o ex-governador de São Paulo chegou ao segundo turno contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula, que então buscava o segundo mandato, naquela eleição conquistado.
"Em 2006, nas últimas pesquisas, parecia que não ia ter segundo turno. Em uma, o Lula tinha 21 pontos na minha frente, na outra 19 pontos. Quando abriu a urna, tinha 7 pontos", relembrou Alckmin. "Às vezes, até os institutos de pesquisas não pegam essa última virada", avaliou o tucano
Alckmin fez nova pregação do voto útil contra o PT, lembrando da forte rejeição de Bolsonaro. "Alguns, até com boas intenções, pensam em votar no Bolsonaro para evitar o PT. O problema é que o Bolsonaro não dá conta do PT. Precisamos sim evitar a volta do PT, já vimos o que aconteceu na eleição da Dilma. Só que o caminho não é o Bolsonaro. Segundo turno é rejeição. A rejeição de Bolsonaro é absurda", disse.
Na entrevista, o ex-governador também foi questionado sobre o medo de ser "cristianizado" por aliados, que já estariam pulando fora de sua candidatura. Em resposta, disse que isso só é possível graças ao grande número de partidos existentes hoje e que é preciso fazer uma reforma política.
Alckmin disse ainda que essa infidelidade não ocorre somente contra ele. "Também recebo apoio de pessoas que não estão na minha coligação. O governador de Santa Catarina (Eduardo Moreira) me apoia e é do MDB. Fizemos campanha em Criciúma, Santa Catarina", notou. "Esse não chamou o Meirelles", emendou, depois de provocado por um dos entrevistadores.