A Petrobras informou que estuda recorrer à Justiça para conseguir ser ressarcida de prejuízos decorrentes dos esquemas de corrupção que estão sendo investigados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa informa que "paralelamente ao avanço das investigações, a companhia já está estudando as medidas jurídicas adequadas para ressarcimento dos danos sofridos". A empresa ainda reitera que "está sendo oficialmente reconhecida por autoridades como vítima nesse processo de apuração."
No comunicado, a empresa ainda cita uma série de medidas que estão sendo tomadas em resposta às denúncias do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, preso na Lava Jato, e do doleiro Youssef, que confessou à PF ter recebido propina junto com Costa por favorecer um grupo de fornecedores da estatal. No comunicado, informa que os resultados das audiências internas que está promovendo para apurar as denúncias de corrupção estão sendo enviados para a Polícia Federal, Ministério Público e Poder Judiciário.
Além disso, a Petrobras ainda aguarda autorização da Justiça para ter acesso aos depoimentos de Costa no regime de delação premiada, no qual o ex-diretor foi beneficiado com o direito de cumprir pena em casa, em troca de informações privilegiadas sobre casos de desvio de dinheiro do caixa da estatal. A empresa pretende utilizar os depoimentos de Costa em suas investigações internas. Por enquanto, a companhia teve acesso apenas aos autos das investigações da Operação Lava Jato.
Somente o prejuízo com a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), é estimado em R$ 792 milhões pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Mas as declarações de Costa apontam para outras perdas além desta. A refinaria Abreu e Lima, que está sendo construída em Pernambuco, por exemplo, começou sendo orçada em US$ 2 bilhões e hoje tem custo projetado de US$ 20 bilhões. Os contratos envolvendo a refinaria também são foco de investigações.