Governo de Minas fecha 2014 com deficit de R$ 2,16 bilhões

A dívida representa 178,97% da receita corrente líquida e está dentro do limite legal que é de 200%, segundo a LRF
Da Folhapress
Publicado em 31/01/2015 às 14:32
A dívida representa 178,97% da receita corrente líquida e está dentro do limite legal que é de 200%, segundo a LRF Foto: Foto: Marcos Santos/USP Imagens


No ano em que foi encerrado um ciclo de doze anos de gestões tucanas e de aliados, o governo de Minas Gerais encerrou 2014 com um deficit de R$ 2,16 bilhões em caixa segundo o relatório de gestão fiscal.

Os dados - divulgados dos na sexta-feira (30) no "Diário Oficial" - referem-se ao período em que o Estado foi governado pelo senador eleito Antônio Anastasia (PSDB), que deixou o governo em abril, e seu sucessor Alberto Pinto Coelho (PP).

Assinado pelo novo governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), o documento ainda aponta para uma dívida líquida consolidada (que inclui financiamentos de longo prazo) de R$ 85,26 bilhões.

A dívida representa 178,97% da receita corrente líquida e está dentro do limite legal que é de 200%, segundo a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Os gastos com pessoal foram de R$ 20,7 bilhões –equivalente a 43,49% da receita corrente líquida– e também ficaram dentro do limite estabelecido pela LRF, que é de 49% do orçamento.

O último ciclo de gestões tucanas em Minas Gerais, iniciado em 2003 pelo senador e candidato a presidente derrotado Aécio Neves foi marcado por um discurso de austeridade em relação aos gastos públicos.

OUTRO LADO

Ex-secretário de Fazenda de Minas Gerais nas gestões e Anastasia e Pinto Coelho, Leonardo Colombini culpou o governo federal por perdas de receitas do governo mineiro, estimadas em R$ 3,5 bilhões.

"A execução orçamentária de Minas Gerais foi marcada pela perda de receitas previstas no orçamento, em função de renúncias fiscais promovidas pela União e de reduções de repasses por parte do governo federal", disse, em nota.

Colombini também afirmou que, mesmo com o deficit, o governo fechou o ano com um saldo positivo de R$ 360 milhões, mostrando "solvência" e "sustentabilidade" das contas do Estado.

O ex-secretário ainda destacou que o resultado fiscal de deficit foi compensado com recursos da reformulação do sistema previdenciário.

Em 2013, recursos do instituto e do fundo de previdência mineiro foram incluídos no caixa único do Estado após a extinção dos órgãos.

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