O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou nesta quarta-feira (18), em São Paulo, que o Brasil não vive uma crise política, e sim uma "dinâmica natural da democracia".
"Eu não acho que tenha uma crise política [no país]. Saímos de uma eleição apertada, com uma diferença pequena. E é normal que, em períodos como este, alguns ânimos estejam mais elevados de um lado ou de outro", disse após participar do leilão da ponte Rio-Niterói, na BM&FBovespa.
Ele disse que o país tem instituições e tradição democrática para enfrentar esse momento. "Tenho certeza de que todas as lideranças políticas podem lidar com isso de maneira estável. Nós, da equipe econômica, estamos fazendo nossa parte, tentando produzir resultados que vão gradualmente aumentar a confiança e a credibilidade da política econômica, retomando o crescimento o mais rápido possível", afirmou.
Uma das apostas do Planalto para destravar a economia é a retomada do programa de concessões. Nesta quarta (18), Barbosa disse que o governo prepara a concessão de quatro rodovias que devem ocorrer neste ano.
NOVAS CONCESSÕES
O modelo que está sendo adotado para a elaboração dos novos editais é semelhante ao utilizado na concessão da ponte Rio-Niterói, cujo leilão foi realizado nesta quarta (18). As empresas foram convidadas pelo governo a desenvolver projetos que possam resultar na licitação.
Após receber os estudos, o governo selecionará o melhor, que servirá como modelo para a elaboração do edital.
Para o lote da BR-476/153/282/480, entre Paraná e Santa Catarina, o setor privado já entregou as propostas, que estão sendo avaliadas pelo governo.
Em abril, mais dois estudos serão apresentados: para o lote da BR-163/230, trecho que vai de Sinop (MT) a Miritituba (PA), e para a BR-364/060, de Rondonópolis (MT) a Jataí (GO). O governo também já solicitou estudos para a BR-364, em Minas Gerais.
O ministro disse ainda que o governo pretende retomar concessões de ferrovias e dos aeroportos de Salvador, Florianópolis e Porto Alegre.
Segundo Barbosa, o governo também avalia se é possível fazer concessões em hidrovias e dragagem.
"O Brasil tem vários agentes dispostos a fazer investimentos. Vamos trabalhar para que isso seja um processo normal do dia-a-dia da economia", disse.