Críticas a Mais Médicos são teoria conspiratória, diz ministro da saúde

Segundo o ministro, "a situação não reflete a realidade atual do programa"
Da Folhapress
Publicado em 08/04/2015 às 18:19
Segundo o ministro, "a situação não reflete a realidade atual do programa" Foto: Foto: Anselmo Cunha / PMPA


O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse nesta quarta-feira (8) que as críticas ao Mais Médicos se aproximam de uma "teoria conspiratória" e negou irregularidades na implementação do programa.

Chioro falou por mais de três horas durante uma audiência no Senado, na qual foi convidado a apresentar os projetos da área e questionado sobre denúncias de que o programa, uma das principais bandeiras do governo Dilma Rousseff, teria sido feito para beneficiar o governo cubano.

Áudios de uma reunião interna entre representantes do Ministério da Saúde e da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), divulgados em março pelo "Jornal da Band", dão a entender que o acordo teria sido feito como forma de enviar recursos a Cuba.

Nesta quarta (8), tramita no Senado um projeto, de autoria de dois senadores do PSDB, que busca derrubar o termo de ajuste firmado pelo governo brasileiro com a organização, o qual viabilizou a vinda de 11 mil médicos cubanos ao país.

O ministro nega as denúncias. "A cooperação para trazer os médicos cubanos não é um subterfúgio", disse. "Não há nenhuma ilegalidade. O processo foi claro e transparente", afirmou, ao citar a lei que implementou o programa e a prioridade dos brasileiros durante o processo de seleção para o preenchimento das vagas.

Chioro também rebateu críticas de um relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) que aponta que cerca de metade dos municípios atendidos nas duas primeiras seleções do programa diminuíram o número de médicos após um ano, o que dá indícios de que tenham sido substituídos pelos intercambistas, conforme divulgado pela Folha de S.Paulo no início de março.

Segundo o ministro, "a situação não reflete a realidade atual do programa". E afirma que novas medidas, como a oferta de novas das vagas de graduação em medicina, devem aumentar o número de médicos no país até 2026. A previsão é chegar a 2,7 médicos a cada mil habitantes. Hoje, esse índice é de 1,8 profissionais, segundo o Ministério da Saúde.

"Nós não formamos médicos em meses. Precisávamos de uma política emergencial", disse, sobre a opção por criar o Mais Médicos. "Não podemos a vida inteira ficar pensando em contar com médicos estrangeiros."

Ao todo, 14.462 médicos atuavam no programa até o final de 2014. Destes, 1.846 são brasileiros, 1.187 são formados no exterior e 11.429 são cubanos.

Para o ministro, caso o projeto que pretende derrubar o convênio com a Opas seja aprovado, o programa pode acabar. "Isso impediria a participação de 11 mil médicos. Aqueles que quiserem seguir com isso, vão ter que assumir essa responsabilidade", atacou.

ESPECIALIDADES

Durante a audiência, Chioro também foi questionado sobre novos projetos do governo, como a criação do Mais Especialidades, uma das promessas da última campanha. Segundo ele, o projeto está atualmente em discussão junto aos Estados e municípios, mas aina não tem prazo para ser lançado.

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