O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa da Operação Lava Jato, afirmou que a corrupção na Petrobras foi sistematizada durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O que nossos colaboradores apontam é que houve uma sistematização da corrupção no governo do PT, como compra de apoio parlamentar", afirmou Lima, em entrevista à imprensa, citando o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco Filho como fonte.
Nesta segunda (3), foi preso preventivamente o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, considerado um dos principais nomes do governo Lula (2003-2010).
Dirceu é apontado pela força-tarefa da Lava Jato como um dos artífices do esquema na Petrobras, quando ainda era ministro. Segundo as investigações, ele foi responsável, em 2003, pela indicação do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque (que desviou milhões em propina, de acordo com o Ministério Público), e assim "repetiu na Petrobras o esquema do mensalão".
Também foram detidos seu irmão Luiz Eduardo Oliveira e Silva e outras cinco pessoas, sob acusação de se beneficiarem do esquema de pagamento de propina em contratos da Petrobras. Um oitavo preso ainda está sendo procurado.
"A responsabilidade do José Dirceu é evidente", afirmou Lima.
Questionado se o ex-presidente Lula também seria investigado pela Lava Jato, o procurador afirmou que "nenhuma pessoa no regime republicano está isenta de ser investigada".
Disse ainda que há "uma série de inquéritos" que correm sob sigilo, e que o ex-presidente, por não ter foro privilegiado, pode ser investigado pela força-tarefa no Paraná.
"Agora, [para] tirar uma conclusão efetiva, ainda é cedo", reforçou.
A 17ª fase da Operação Lava Jato foi chamada de "Pixuleco" -termo usado pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, detido desde abril, para se referir à propina. Ele nega as acusações.