Integrantes da CPI da Petrobras na Câmara defendem a convocação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que ele explique suspeitas de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Desde maio, há na pauta da CPI requerimento para convocar o petista, sem que tenha sido colocado em pauta para votação. Relatório da Polícia Federal sobre a Operação Lava Jato diz que o ex-presidente pode ter tido ganhos políticos com o esquema na Petrobras, uma vez que atendeu a sua base de apoio no Congresso.
O relatório da PF é baseado em delações premiadas de Alberto Youssef (doleiro), Pedro Barusco (ex-gerente da Petrobras) e Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento). Em depoimento à CPI, em Curitiba, onde está preso, o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) também citou Lula ao afirmar que Paulo Roberto foi colocado pelo petista na diretoria de Abastecimento. O ex-executivo é um dos principais delatores da Lava Jato e já admitiu ter repassado propina a partidos políticos como condição para permanecer no cargo. "Só não prenderam o Lula porque ninguém teve coragem", disse o ex-deputado à CPI. "O presidente Lula convidou o Paulo Roberto para ser diretor de Abastecimento" contou ele em depoimento para os deputados.
Foi com base no depoimento de Pedro Corrêa que a deputada Eliziane Gama (PPS-MA) apresentou em maio requerimento para convocar Lula. "Com o avanço das investigações, já passou da hora de o presidente ser ouvido pela CPI. Até porque ele foi um dos principais beneficiários do esquema de corrupção", disse a deputada.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o PT informou "que não vai se pronunciar pois não tem conhecimento oficial dessa demanda da Polícia Federal".