Os principais partidos de oposição reafirmaram nesta terça-feira (20) posição pelo afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da Presidência da Câmara, mas continuam, nos bastidores, dando suporte ao peemedebista para garantir o andamento do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
No fim da tarde desta terça-feira (20), os líderes do PSDB, DEM e PPS convocaram uma coletiva de imprensa para afirmar que consideram "gravíssimas" as acusações contra Cunha e que defendem "com muita ênfase" o afastamento dele do comando da Casa. Destacaram ainda o apoiamento às investigações no Conselho de Ética.
Contudo, boa parte do discurso dos oposicionistas foi tomado pela cobrança da aceleração do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Dilma é a mãe do Petrolão como o Lula é o pai do mensalão. O processo do Cunha é derivado do Petrolão e já está em andamento aqui na Casa", avaliou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).
"Prefiro não comentar ações políticas de quem quer que seja. Fui eleito pela maioria, não pela maioria do governo ou da oposição. Não tenho que me preocupar com apoio do governo ou da oposição", respondeu Cunha que reiterou: "Podem fazer a nota que eles quiserem, o pedido que eles quiserem. Efetivamente, vou continuar do mesmo jeito".
Apesar da manifestação pelo afastamento de Cunha da Presidência, o tom foi combinado com ele, que soube previamente da manifestação pública desta tarde.
Parte da oposição mantem as conversas com Cunha. Isso porque, depende dele o andamento do processo de impeachment de Dilma. De acordo com a Constituição Federal, cabe ao presidente da Câmara deferir ou indeferir os processos que pedem a retirada do presidente da República do cargo.
Os deputados da oposição também não se manifestaram, de nenhuma forma no plenário contra Cunha. Os pedidos abertos, reiterados e fortes continuam restritos aos nanicos PSOL e Rede.
Os dois partidos protocolaram na semana passada, no Conselho de Ética da Câmara, uma representação para cassar o mandato de Eduardo Cunha. O peemedebista é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.
Na semana passada vieram à tona documentos que comprovam a existência de contas de Cunha na Suíça. Ele tem negado reiteradamente a existência das contas bancárias.