Unasul nega que Venezuela tenha vetado Nelson Jobim em eleições

Fontes diplomáticas dizem que não houve veto formal, mas uma resistência manifestada nos bastidores por autoridades eleitorais venezuelanas
Da Folhapress
Publicado em 23/10/2015 às 20:32
Fontes diplomáticas dizem que não houve veto formal, mas uma resistência manifestada nos bastidores por autoridades eleitorais venezuelanas Foto: Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil


A Unasul (União das Nações Sul-Americanas) negou nesta sexta-feira que o magistrado brasileiro Nelson Jobim tenha sido impedido pela Venezuela de chefiar a missão de observação na eleição parlamentar venezuelana em 6 de dezembro.

"O nome do respeitado jurista Nelson Jobim não foi vetado na Unasul [e] está sendo considerado com outros nomes da região para presidir a Missão Venezuela", disse o bloco político por meio de sua conta oficial no Twitter.

Jobim, porém, já descarta qualquer participação na missão, cujo objetivo é reforçar garantias de lisura em meio a temores de que o impopular governo venezuelano poderia recorrer a fraudes para perpetuar-se no Parlamento.

"Estou fora. Não quero saber se é verdade que eles voltaram atrás ou não", disse, por telefone.

Fontes diplomáticas dizem que não houve veto formal, mas uma resistência manifestada nos bastidores por autoridades eleitorais venezuelanas.

O pronunciamento da Unasul surge três dias depois de o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) anunciar sua retirada da missão de observação.

O TSE justificou a decisão pelo suposto veto a Jobim e pela falta de garantias para uma "observação objetiva e imparcial", referência implícita a supostas exigências venezuelanas para que a missão fosse impedida de falar com a oposição e circular livremente.

Em nota, o TSE disse que Jobim, ex-ministro da Defesa e do STF, havia sido aprovado pela presidente Dilma Rousseff para a missão. A reportagem apurou que todos os países do Mercosul haviam sinalizado respaldo ao brasileiro, com exceção da Venezuela.

Jobim atribuiu o veto à sua "independência" e disse que as autoridades de Caracas queriam uma missão observadora que fosse "mera espectadora".

O Planalto, aparentemente preocupado com o mal estar com a Venezuela, considerou precipitada a decisão do TSE de se retirar da missão.

As prerrogativas dos observadores estarão formalizadas num convênio entre a Unasul e a Venezuela que deveria ter sido assinado até a última quarta-feira. O incidente envolvendo a escolha de Jobim, porém, levou à continuação das negociações de bastidores sobre o alcance da missão.

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