Relatoria de ação anti-Dilma fica com ministra que preferiu arquivamento

Segundo Toffoli, não há previsão regimental nem legal para a troca de relatoria, que já estava com Maria Thereza, mas corria o risco de passar ao ministro Gilmar Mendes
Da Folhapress
Publicado em 06/11/2015 às 19:09
Segundo Toffoli, não há previsão regimental nem legal para a troca de relatoria, que já estava com Maria Thereza, mas corria o risco de passar ao ministro Gilmar Mendes Foto: Foto: TSE/ Reprodução


O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Dias Toffoli, definiu que a ministra Maria Thereza de Assis Moura irá relatar uma das quatro ações que pedem a cassação do mandato da presidente Dilma Rousseff e de seu vice, Michel Temer.

Segundo Toffoli, não há previsão regimental nem legal para a troca de relatoria, que já estava com Maria Thereza, mas corria o risco de passar ao ministro Gilmar Mendes.

A decisão de Toffoli atende a defesa do PT, que reivindicou que a condução do processo ficasse com a ministra, e contraria posição do PSDB, que pediu que a ação fosse entregue ao ministro Gilmar Mendes.

"Em que pesem os argumentos apresentados pela ministra Maria Thereza de Assis Moura na presente questão de ordem, entendo que o deslocamento da relatoria, in casu, não encontra respaldo legal ou regimental", afirmou Toffoli.

A discussão começou no mês passado quando o TSE reverteu uma decisão individual de Maria Thereza, que tinha rejeitado um dos pedidos do PSDB para abir um processo para cassar Dilma e Temer.

Depois que o tribunal reabriu a ação (por 5 votos a 2), a ministra informou que não queria ficar com a relatoria porque foi voto vencido, e sugeriu que Gilmar assumisse a função.

Toffoli chegou a fazer uma consulta aos partidos sobre a questão de ordem da ministra, procedimento que não é usual.

A ministra vai ser relatora da Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (Aime). Essa é a primeira vez que esse tipo de ação é aberta contra um presidente. Há ainda outras três ações que tramitam no TSE e pedem a cassação da petista por abuso de poder econômico e político e suspeitas de que recursos desviados da Petrobras tenham ajudado a financiar a reeleição.

Toffoli afirmou que ainda não decidiu se as ações vão tramitar em conjunto. Ele disse que a definição será do plenário do TSE, mas após a apresentação de defesa de Dilma e Temer.

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