O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse, nesta terça-feira (10), que o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara deve ocorrer apenas se for comprovado que ele recebeu dinheiro de corrupção em contas na Suíça.
"O afastamento se dá depois que é culpado, antes não. Apenas abre a investigação", disse o ex-presidente à reportagem após evento no Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo.
Ele, no entanto, afirmou que as provas contra o presidente da Câmara são "muito óbvias", e que seu partido, o PSDB, precisa apoiar a abertura do processo contra Cunha.
"A minha posição é muito clara: eu não sou deputado, mas acho que as coisas estão muito óbvias. O PSDB vai ter que ficar numa posição também coincidente com isso. Ou seja: tem que abrir o processo", afirmou FHC.
O PSDB ainda não se posicionou sobre o pedido de afastamento do peemedebista da Presidência da casa.
Na última sexta-feira, o presidente nacional da sigla, Aécio Neves (MG), já havia dito que são "contundentes" as provas contra Cunha e que o político "contamina" a Câmara dos Deputados.
Cunha foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República sob a acusação de participação no petrolão. É suspeito ainda de esconder patrimônio milionário em contas no exterior.