PF mira novo operador da Lava Jato e ex-funcionários da Petrobras

Nova fase se concentrou nas prisões do operador do esquema, Nelson Martins Ribeiro, e de ex-gerente-executivo da Petrobras Roberto Gonçalves
Da Folhapress
Publicado em 16/11/2015 às 10:50
Nova fase se concentrou nas prisões do operador do esquema, Nelson Martins Ribeiro, e de ex-gerente-executivo da Petrobras Roberto Gonçalves Foto: Foto: divulgação


Um novo operador do esquema de corrupção da Petrobras e um ex-funcionário da estatal são as duas pessoas presas na Operação Corrosão, 20ª fase da Lava Jato, deflagrada na manhã desta segunda-feira (16) em cinco cidades de dois Estados (RJ e BA). A nova fase se concentrou nas prisões do operador do esquema, Nelson Martins Ribeiro, preso temporariamente no Rio de Janeiro, e em desvios na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

Para o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, as investigações sobre Pasadena, que foram recentemente remetidas ao Paraná, podem inclusive gerar a anulação e o ressarcimento da compra pela Petrobras. "Pasadena era chamada de 'ruivinha' pelos funcionários da Petrobras, justamente pelo excessivo nível de corrosão dos princípios institucionais da estatal", disse em coletiva, fazendo alusão ao nome da nova fase - Operação Corrosão. A prisão do novo operador promete novos desdobramentos.

Antigo proprietário de uma casa de câmbio no Rio, Ribeiro operou para vários funcionários da Petrobras, nas diretorias de Abastecimento e Internacional, principalmente por meio de contas no exterior, segundo a Procuradoria. Ele também intermediou o pagamento de cerca de US$ 5 milhões a Paulo Roberto Costa, segundo a PF.

O operador já foi investigado por lavagem de dinheiro no Rio de Janeiro, anos atrás. Para a PF, ele é "um Youssef de dez anos atrás", segundo o delegado Igor Romário de Paula: ou seja, operava em várias frentes, para empresas e contraventores.

Também foi preso o ex-funcionário da Petrobras Roberto Gonçalves, ex-gerente executivo da área Internacional, detido em Niterói. Ele é investigado sob suspeita de irregularidades na compra de sondas e na obra da Comperj, refinaria do Rio de Janeiro -fatos que ainda estão em investigações iniciais pela força-tarefa da Lava Jato.

COERCITIVAS

Além das duas prisões temporárias (válidas por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco), a PF também conduziu cinco ex-funcionários da Petrobras para prestarem depoimentos, em conduções coercitivas. Foram os casos de Rafael Mauro Comino, ex-gerente de inteligência da área Internacional; e Luis Carlos Moreira Silva, sucessor de Pedro Barusco na gerência executiva da diretoria Internacional. Além deles, os outros três são ex-funcionários da diretoria Internacional: Carlos Roberto Martins Barbosa, Aurélio Oliveira Telles e Cesar de Souza Tavares.

Todos estão envolvidos na compra da refinaria de Pasadena, informou o Ministério Público Federal. "Ou seja, são as pessoas responsáveis por, na prática, não deixar que um negócio como esse acontecesse", declarou o delegado Igor de Paula. Luis Carlos Moreira Silva, por exemplo, foi o principal consultor para a compra de Pasadena, segundo a PF.

OPERAÇÃO

A nova etapa da Polícia Federal cumpre 11 mandados de busca e apreensão, dois de prisão temporária, cinco de condução coercitiva nas cidades do Rio (RJ), Rio Bonito (RJ), Petrópolis (RJ), Niterói (RJ) e Salvador (BA). Na capital baiana, segundo a PF, foi cumprido um mandado de busca e apreensão e um de condução coercitiva. A pessoa conduzida já foi ouvida e liberada. Seu nome não foi divulgado.

Os presos serão levados para a Superintendência da PF em Curitiba ainda nesta segunda. Segundo a PF, os investigados responderão pela prática dos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro dentre outros crimes em apuração.

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