Inflação e desemprego são sintomas de esgotamento, diz Levy

Levy minimizou especulações sobre sua saída do governo e a fala do ex-presidente Lula
Da Folhapress
Publicado em 19/11/2015 às 17:50
Levy minimizou especulações sobre sua saída do governo e a fala do ex-presidente Lula Foto: Foto: Maíra Coelho GERJ


O ministro Joaquim Levy (Fazenda) afirmou, nesta quinta-feira (19), que inflação e desemprego em alta são sintomas do esgotamento do ciclo de crescimento da década passada somado ao processo de reformas que o governo promove.

"É um momento de transição, a gente está acertando o Brasil para enfrentar a nova realidade global, a mudança dos preços das commodities, que ajudaram muito o Brasil no passado. Como disse a presidente [Dilma Rousseff] no início do ano, algumas medidas feitas em anos anteriores se esgotaram. Não tinha como continuar por ali. E toda a vez que você faz um movimento, que você conserta as coisas, durante um certo período, você está em obras e as coisas parecem bastante difíceis", afirmou a jornalistas depois de falar a investidores em um evento do banco Bradesco BBI, em Nova York.

"Eu acho que a gente tem que fazer como nos aeroportos, quando constroem. Acho que a gente tem que dizer um pouco assim: 'Desculpe o transtorno, mas estamos trabalhando para melhorar o serviço, para melhorar o Brasil.'"

Levy minimizou especulações sobre sua saída do governo e a fala do ex-presidente Lula, segundo quem "o Levy e o ministro da Fazenda é um problema da presidenta Dilma".

"Eu vejo com naturalidade. Ele estava querendo dizer que ele tem os problemas dele e a presidente tem as questões dela. Isso me parece perfeitamente natural. As pessoas gostam de botar intenções nele, acham que ele faz isso e faz aquilo e esquecem as muitas coisas que ele fez", disse Levy.

O ministro elogiou medidas de Lula, "realizações extraordinárias", e citou o Bolsa Família. "Naquela época [2003], eu pensei, 'dinheiro muito bem gasto no Bolsa Família', e transformou o Brasil.'"

Ele disse que, "sim", está confortável no governo. "Eu estou tranquilo. O importante são as políticas, fazer as coisas para acabar a obra. Todo mundo dizia que não ia ter aeroporto. O governo tomou as decisões, fez as concessões, passou uns meses em obra. Hoje, olha os aeroportos que o Brasil tem. Então, é assim, hoje a gente trabalha, está nas obras, tem um bom arquiteto. No final vai ficar bacana."

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