Rede apresentará pedido de cassação contra Delcídio do Amaral na terça-feira

Segundo o líder do partido na Casa a Executiva Nacional da legenda autorizou que a peça fosse preparada para ser protocolada na semana que vem
Da ABr
Publicado em 26/11/2015 às 21:35
Segundo o líder do partido na Casa a Executiva Nacional da legenda autorizou que a peça fosse preparada para ser protocolada na semana que vem Foto: Foto: Jane de Araújo/ Agência Senado


O pedido de cassação do mandato do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) por quebra de decoro parlamentar será apresentado pela Rede ao Conselho de Ética do Senado na próxima terça-feira (1º). Segundo o líder do partido na Casa, senador Randolfe Rodrigues (AP), a Executiva Nacional da legenda autorizou nesta quinta (26) que a peça fosse preparada para ser protocolada na semana que vem.

“É um tipo de situação que não cabe meio termo, não cabe mediação”, disse o senador, que considerou o momento “lamentável”. “Todos nós temos apreço pelo senador Delcídio, é lamentável”, disse.

Segundo o senador, outros partidos de oposição podem acompanhar a representação, conforme expressado por líderes. “Eu conversei com o senador Cássio [Cunha Lima] (PSDB) e com o DEM, eles têm interesse em também entrar com a representação. Vamos falar ainda com o PPS”, disse.

Mais cedo, o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima disse que o seu partido aguarda que a Mesa Diretora faça a provocação ao Conselho de Ética “de ofício”, no mesmo momento em que comunicar ao Supremo Tribunal Federal a decisão do plenário do Senado de manter Delcídio Amaral preso. Para Randolfe, “se a Mesa fizer, ótimo, senão a Rede fará na terça-feira”.

Delcídio do Amaral, então líder do governo, foi preso ontem pela manhã em Brasília pela Polícia Federal, acusado de tentar corromper o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, para evitar que ele fizesse acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato. O senador ofereceu R$ 50 mil mensais para a família de Cerveró e um plano de fuga para que ele deixasse o país pelo Paraguai em direção à Espanha.

O filho do ex-diretor da Petrobras, Bernardo Cerveró, gravou conversa em que Delcídio e o advogado Edson Ribeiro faziam a oferta. No diálogo, o senador garantia a Bernardo que conseguiria um habbeas corpus para o pai dele e citou o nome de ministros do Supremo que votariam a favor da liberação do ex-diretor. A segunda turma do Supremo Tribunal Federal votou por unanimidade pela prisão do senador em flagrante por tentar obstruir o processo de investigação.

Os ministros também determinaram a prisão do chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreria, e do presidente do banco BTG Pactual, André Esteves. O banqueiro também tinha interesse que a delação premiada de Cerveró não fosse concretizada e seria o responsável por fazer os pagamentos mensais à família do ex-diretor. 

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