O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse na tarde desta quarta (9), que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff deve voltar a andar na quinta-feira da próxima semana na Casa, no dia seguinte ao julgamento dos embargos de declaração do Supremo Tribunal Federal (STF). A sessão da Corte está marcada para quarta-feira (16).
"Nós daremos alguma sequência óbvia na quinta-feira, sem dúvida nenhuma. Não podemos ter paralisado o processo, até porque a oposição está em obstrução", afirmou. Cunha disse que não há lógica em deixar a eleição da comissão processante para a semana santa.
Durante a sessão desta tarde, o peemedebista informou ao plenário que estenderá a sessão da quinta-feira (17), pelo tempo necessário para a escolha da comissão especial. "O que tiver de fazer será feito na quinta-feira", declarou.
Cunha prevê que nesta semana não haja votações importantes na Casa porque há um clima de obstrução em curso, seja pela oposição ou pela base governista. Ele acredita que o projeto que suspende a regra de cálculo das dívidas dos Estados e municípios tem condições de ser votado na próxima terça-feira, 15. "Hoje mais permanece o desejo de obstrução da oposição que o governo não está com vontade de enfrentar", concluiu.
Ele disse que faz parte do Parlamento manobras de obstrução, ora de governistas, ora de oposicionistas. "Você não vai achar que aqui tem lógica tudo, né? Muitas coisas são feitas pela lógica do dia e do momento", completou o deputado, ressaltando que o governo não tem cumprido os acordos para votar o projeto do deputado Esperidião Amin (PP-SC).
CONSELHO DE ÉTICA
Sobre a suspeita de que houve falsificação da assinatura do deputado Vinícius Gurgel (PR-AP) na carta de renúncia como titular do Conselho de Ética, o peemedebista voltou a repetir que não teve participação no episódio. Questionado se a Mesa Diretora não checou a autenticidade da firma, Cunha informou que os técnicos sempre conferem as assinaturas, mas que ele não interfere neste trabalho. "Eu não tenho interferência no que a Mesa faz, é bom deixar isso claro. Isso é uma coisa automática", enfatizou.
Cunha disse que não é porque um jornal publicou que dois peritos detectaram a falsificação da assinatura de um parlamentar que a Casa vai instalar automaticamente um procedimento de investigação. "A Mesa tem seu trâmite para cuidar, ou alguém acha que o presidente da Casa que vai conferir assinatura?", insistiu.
O peemedebista rechaçou a hipótese de atrelar seu nome ao episódio. "Não dá para eu aceitar querer me atribuir qualquer tipo de métodos ao qual não participei. Então não posso aceitar nem a insinuação dessa natureza, eu repudio de forma veemente qualquer insinuação e não vou permitir que ninguém o faça", rebateu.