Justiça não vai aceitar pedido 'tresloucado' de prisão de Lula, diz Rui Falcão

O ex-presidente foi denunciado por falsidade ideológica e lavagem de dinheiro na suposta ocultação de propriedade de um tríplex do Guarujá
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 10/03/2016 às 20:45
O ex-presidente foi denunciado por falsidade ideológica e lavagem de dinheiro na suposta ocultação de propriedade de um tríplex do Guarujá Foto: Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula


O presidente nacional do PT, Rui Falcão, classificou de 'tresloucado' o pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Ministério Público de São Paulo. O ex-presidente foi denunciado por falsidade ideológica e lavagem de dinheiro na suposta ocultação de propriedade de um tríplex do Guarujá, no litoral paulista. "Estou confiando que a juíza da 4ª Vara não vai atender a esse pedido tresloucado, essa é a nossa expectativa. O presidente está muito tranquilo e nós também estamos tranquilos", disse o dirigente petista. 

Falcão disse que o promotor que conduz o caso, Cássio Conserino, não tem credibilidade nem imparcialidade e quis, com o pedido de prisão preventiva, criar fatos "midiáticos". Conserino conduz o processo no MP-SP juntamente aos promotores José Carlos Blat e Fernando Henrique Moraes de Araújo. 

"O pedido de prisão preventiva vai na linha daquilo que já vinha sendo feito por esse promotor e seus dois parceiros que, sem provas, denunciaram o presidente Lula e agora, nessa medida a meu ver midiática, pediram a prisão preventiva do presidente sem qualquer motivo", disse Falcão. "Não tenho preocupação porque seria um contrassenso, uma ignomínia qualquer juiz conceder esse pedido sem qualquer fundamento, sem qualquer base jurídica, simplesmente para criar um fato midiático."

Falcão lembrou a entrevista que o promotor Conserino deu à revista Veja adiantando que denunciaria Lula no caso do triplex. "Um promotor que antes mesmo de ouvir qualquer pessoa já tinha dito para uma revista que iria denunciar o presidente não merece credibilidade, não tem imparcialidade e portanto acho que nenhum juiz vai atender a esse pedido", afirmou o presidente do PT, que se disse "indignado" com o pedido de prisão preventiva de Lula.

Rui Falcão voltou a dizer que está se criando um "embrião de Estado de exceção no País", alegando que a Lava Jato está acabando com o recurso do habeas corpus - quando alguém responde a um processo em liberdade, até ser condenado ou inocentado - e ao acusar a força-tarefa de fazer "delações forçadas" por meio de prisões preventivas. "A mim causa indignação porque não há base, não há motivo, a não ser projeção, sem nenhum fundamento legal, isso é que me preocupa. Estamos criando no País um embrião de Estado de exceção, dentro do Estado democrático de direito."

 

MINISTÉRIO

Rui Falcão disse que, na reunião que aconteceu nesta tarde entre Lula, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, petistas e sindicalistas, "várias pessoas opinaram" sobre a possibilidade de Lula assumir um ministério no governo Dilma Rousseff. Nos bastidores, o PT e ministros próximos a Dilma avaliam essa possibilidade como uma forma de blindar Lula das investigações - já que ele passaria a ter foro privilegiado - e como um mecanismo para Lula "salvar" o governo Dilma Rousseff da crise política.

Falcão novamente desconversou, mas confirmou que Lula avalia a possibilidade de se tornar ministro. "Cabe a ele decidir. Várias pessoas opinaram sobre isso, mas a decisão só cabe a ele. Pensar ele está pensando, mas não tem decisão até o momento", afirmou. O presidente do PT repetiu que não pretende emitir uma opinião sobre a ideia de Lula assumir uma pasta do governo Dilma antes de o próprio ex-presidente se manifestar.

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