Para Rui Falcão, reforma da Previdência não passa no Congresso

Além de Lula, e Falcão, estão na reunião com o ministro da Fazenda parlamentares petistas, lideranças ligadas ao partido e sindicalistas
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 10/03/2016 às 17:20
Além de Lula, e Falcão, estão na reunião com o ministro da Fazenda parlamentares petistas, lideranças ligadas ao partido e sindicalistas Foto: Foto: Paulo Pinto Fotos Públicas


O presidente nacional do PT, Rui Falcão, deixou claro ao chegar para o encontro com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que o partido não está com disposição para conversar sobre a Reforma da Previdência. "De reforma da Previdência não quero nem ouvir falar. Ele (Barbosa) não vai falar disso aqui, não tem a menor ressonância isso aqui. Isso não passa no Congresso. Nós já dissemos que nossa posição é que isso tem que ser discutido no fórum", disse o dirigente petista.

Rui Falcão disse que, para ele, reforma previdenciária não é tema do encontro, que foi chamado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além de Lula, e Falcão, estão na reunião com o ministro da Fazenda parlamentares petistas, lideranças ligadas ao partido e sindicalistas. Falcão disse que a reforma previdenciária "não vai resolver o problema fiscal, nem o problema da retomada do crescimento". Ele sinalizou ainda que é pouco provável que o Fórum Nacional de Trabalho e Previdência, criado pelo governo para discutir o assunto, consiga chegar a um entendimento para a questão. "Se nada sair de lá (do Fórum), não vamos apoiar nada também."

O ministro da Fazenda, mesmo em meio à crise política e à crescente dificuldade de relacionamento do governo Dilma com a base petista, segue defendendo a reforma previdenciária. "Qualquer proposta de controle de gasto envolve reforma da Previdência. Precisamos atuar do lado da arrecadação, mas o foco das ações neste momento tem de ser no gasto", disse o ministro pela manhã em Brasília. 

Rui Falcão insistiu ao chegar no encontro que, neste momento, a pauta não tem que ser ajuste fiscal. "Não se fala mais em ajuste", argumentou. O presidente do PT disse que os preços do petróleo e do minério de ferro estão se recuperando e que está havendo 'substituição de importações' com o movimento de valorização do dólar nos últimos meses (antes dos eventos da última semana). O dirigente também destacou que o governo adotou propostas de estímulo à economia, como em relação ao financiamento de imóveis usados. "Está tendo expectativas de melhora, precisa agora sinalizar pro nosso povo."

O presidente do PT estadual em São Paulo, Emídio de Souza, também sinalizou negativamente para se falar de Previdência na reunião com Barbosa. "Espero que não", respondeu ao ser perguntado se o ministro pode trazer o tema.

Nelson Barbosa chegou ao encontro sem falar com a imprensa. Lula chegou de carro e não passou pela recepção do hotel, onde está a imprensa. 

Entre os parlamentares petistas presentes estão o senador Humberto Costa, líder do PT, os deputados Afonso Florence (líder da bancada- BA), Wadih Damous (RJ) e Arlindo Chinaglia (SP). Também está presente o prefeito de São Bernardo de Campo e amigo próximo de Lula, Luiz Marinho. O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e o diretor Paulo Vannuchi também participam, além do escritor Fernando Morais, que participa do conselho da entidade. O presidente da Fundação Perseu Abramo, braço de formulação do PT, Marcio Pochmann, também está presente. Entre as lideranças sindicais que participam do encontro, estão Vagner Freitas, presidente nacional da CUT, Rafael Marques, do sindicato dos metalúrgicos do ABC, e Juruna, da Força Sindical.

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