Se a operação “ Outro ponto que aproxima é polêmico e bastante criticado na Lava Jato, pelos advogados dos suspeitos, por magistrados e já foi apontado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal STF Gilmar Mendes. Se trata da estratégia de investigação adotada na Mãos Limpas, que consistia em submeter no início do inquérito “os suspeitos à pressão de tomar decisão quanto a confessar, espalhando a suspeita de que outros já teriam confessado e levantando a perspectiva de permanência na prisão pelo menos pelo período da custódia preventiva no caso da manutenção do silêncio ou, vice-versa, de soltura imediata no caso de uma confissão". O grande numero de prisões preventivas na Lava Jato seria justamente para fazer com que os investigados aceitassem assinar um acordo de delação premiada. Uma preocupação dos próprios investigadores está no legado, nas mudanças que a Lava Jato irá trazer para o país. Teremos um país menos corrupto? A historiadora italiana Paola Fabrízio, especialista no tema, destaca que uma resposta positiva não foi atingida pelos italianos. “A operação só é capaz de descobrir e impedir o crime do que está sendo investigado por ela. Nada pode ser transformado de forma duradoura se reformas, principalmente políticas, não forem feitas. A pressão popular no Brasil precisa ser feita para que após a Lava Jato as coisas não voltem ao que eram antes”, afirma. Segundo o último estudo realizado pela Transparência Internacional sobre a percepção do setor privado em relação à corrupção, a Itália está em 61º lugar entre 168 países analisados, próxima do Brasil(76ª posição) e bem distante de outras nações como Alemanha(10ª ) e Espanha(36ª) e Reino Unido (ambos na 10ª posição) e Espanha (36ª).