PF apreendeu em apartamento de Lula documentos de sítio em Atibaia

Publicamente e na Justiça, o ex-presidente afirmou que o sítio foi comprado pelo amigo Jacó Bittar (PT), ex-prefeito de Campinas, e registrado em nome do filho Fernando Bittar e de seu sócio Jonas Suassuna - ambos também sócios de um dos filhos de Lula
Agência Estado
Publicado em 13/03/2016 às 17:50
Publicamente e na Justiça, o ex-presidente afirmou que o sítio foi comprado pelo amigo Jacó Bittar (PT), ex-prefeito de Campinas, e registrado em nome do filho Fernando Bittar e de seu sócio Jonas Suassuna - ambos também sócios de um dos filhos de Lula Foto: Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula


Na cobertura do Edifício Hill House, em São Bernardo do Campo, onde mora o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher, Maria Letícia, a Polícia Federal recolheu documentos de imóvel rural em Atibaia, nove aparelhos de telefones celular e uma carta com nome impresso Emílio Odebrecht. São alguns dos itens apreendidos na Operação Aletheia - 24ª fase da Lava Jato, deflagrada no dia 4 -, que teve Lula como alvo principal. Ele foi levado coercitivamente para depor, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e o material recolhido em sua casa enviado para Curitiba.

O material está descrito no auto circunstanciado de busca e apreensão da Polícia Federal. No documento consta que no apartamento 121, ocupado pelo ex-presidente Lula, um dos itens recolhidos são de "documentos diversos relacionados a imóvel rural na cidade de Atibaia/SP".

Lula é investigado pela compra do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, em nome de "laranjas" e que recebeu reformas e equipamentos bancados por empreiteiras do cartel acusado de corrupção na Petrobras - OAS e Odebrecht - e pelo pecuarista José Carlos Bumlai, preso desde novembro pela Lava Jato.

Publicamente e na Justiça, o ex-presidente afirmou que o sítio foi comprado pelo amigo Jacó Bittar (PT), ex-prefeito de Campinas, e registrado em nome do filho Fernando Bittar e de seu sócio Jonas Suassuna - ambos também sócios de um dos filhos de Lula. O objetivo seria propiciar as duas famílias, amigas desde a década de 1970, a conviverem após ele deixar a Presidência. No material apreendido pela PF há também um "pedaço de papelão, extraído de caixa de papelão, com folha colada em sua superfície com os dizeres: CX62, "destino: Sítio".

O apartamento 121, onde estavam os documentos apreendidos com referência ao sítio de Atibaia é o imóvel que pertence ao primo de Bumlai. Oficialmente Lula é dono do 122, onde também foram recolhidos itens. Outro item arrecadado nas buscas é um envelope com etiqueta "Presidente Lula". Dentro dele "carta com assinatura e data, além do nome impresso Emílio Odebrecht".

Telefones

Os agentes da Polícia Federal recolheram ainda na casa do ex-presidente nove telefones celulares. Um dos itens que chamou atenção dos agentes foi um dos aparelhos, modelo STI, com o seguinte registro: "Presidente LULA 000001". O ex-presidente afirma publicamente que não tem aparelhos de telefone celular. As perícias da PF estão concentradas em Curitiba e a previsão é que os primeiros relatórios comecem a ficar prontos nesta semana.


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