O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), aliado próximo de Lula e que tem atuado na defesa jurídica do ex-presidente, disse nesta segunda-feira (14) que advogados do ex-presidente e ele estão estudando novas ações no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a competência das investigações envolvendo Lula.
"Estamos estudando ações no Supremo Tribunal Federal para esse debate sobre competência. Estamos estudando um conjunto de ações tendo em vista que hoje há uma delicadeza no sistema democrático brasileiro e precisa ser tratado. Quem tem condições de dizer sobre competências é o Supremo", disse Teixeira após passar mais de duas horas no Instituto Lula.
Também estiveram no instituto, os advogados do ex-presidente Fernando Fernandes e Cristiano Zanin. O deputado classifica como "anomalia" o fato de Lula ser investigado em duas instâncias jurídicas: o Ministério Público Federal e o Ministério Público de São Paulo.
O deputado não quis dar maiores detalhes de quais seriam essas ações. "Estamos avaliando não quer dizer que a gente decidiu entrar com alguma outra ação."
Uma ação da defesa de Lula que questiona a competência para investigar o ex-presidente, se é do Ministério Público Federal no âmbito da Lava Jato ou do Ministério Público de São Paulo, que encaminha o caso da Bancoop, já tramita no Supremo.
A ministra Rosa Weber negou o pedido de liminar da defesa para barrar as investigações contra Lula. O mérito da ação ainda será levado a plenário. A expectativa de petistas é que isso ocorra nesta semana.
Ministério
Paulo Teixeira voltou a defender a ida de Lula para o ministério de Dilma, mas disse que a decisão tem que ser tomada entre o ex-presidente e a presidente. "Defendo que ele seja ministro porque ele é uma pessoa que ajuda o cenário político, agrega, ajuda a reunir forças. Mas a discussão tem que ser feita entre ele e a presidenta Dilma Rousseff. Sou da opinião que deva ser ministro como reforço do time."
Pouco antes de Teixeira, o presidente do PT, Rui Falcão, também disse que Lula ainda não decidiu sobre assumir uma cadeira no governo Dilma nesse momento de aprofundamento da crise em torno de sua sucessora.
Impeachment
Teixeira minimizou os protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff neste domingo e destacou que haverá manifestação a favor da presidente na sexta, 18.
O deputado argumentou que não há razão jurídica para afastar Dilma e que a oposição ainda não tem a maioria dos deputados para conseguir dar andamento ao processo, que como outros petistas classifica de "golpe".
"O impeachment requer dois terços dos parlamentares, não há dois terços dos parlamentares que queiram o afastamento da presidenta Dilma Rousseff. E da mesma forma que teve manifestações nas ruas contrárias, terão manifestações nas ruas favoráveis à presidenta da República", ponderou.
"Há uma consciência democrática que nem é às vezes favorável à presidenta Dilma Rousseff, mas que não quer a via do golpe, às vezes há quem seja crítico a ela mas que não quer a via do golpe", finalizou.