O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), divulgou nesta terça-feira (15) uma nota na qual afirma que as citações sobre ele feitas pelo senador e ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral (sem partido-MS), em delação premiada homologada no período da manhã pelo Supremo Tribunal Federal (STF), são "todas elas falsas". Segundo o tucano, as menções são "mentirosas" que não se sustentam na realidade e se referem apenas a "ouvi dizer" de terceiros.
Na nota, o tucano rebate cada um dos três pontos em que Delcídio, que pediu desfiliação do PT mais cedo, citou-o. No primeiro caso, ele rebate o fato de uma fundação que a mãe de Aécio planejou criar no exterior. Segundo ele, é um "assunto requentado", amplamente divulgado pela internet, mas que foi investigado e arquivado pela Justiça e pelo Ministério Público Federal há vários anos.
O presidente do PSDB disse que, no ano passado, o PT voltou a apresentar a mesma "falsa denúncia" à Procuradoria-Geral da República. Entretanto, o assunto foi novamente arquivado. O senador citou que a mãe de Aécio cogitou vender alguns imóveis e aplicar os recursos no exterior, mas o projeto foi suspenso em função da doença do marido e a fundação não chegou a ser implementada.
"Esses valores foram transferidos pelo representante para uma conta e corresponderam à totalidade dos depósitos realizados que foram integralmente consumidos em pagamentos de taxas e honorários. A conta nunca foi movimentada", disse Aécio. "A criação da fundação foi devidamente declarada no Imposto de Renda da titular", completou.
O tucano disse que Delcídio repete "acusações falsas" quando o acusa de ter recebido propina de Furnas. No ano passado, o doleiro Alberto Youssef já tinha feito as mesmas declarações. O Ministério Público Federal, contudo, pediu o arquivamento de inquérito contra ele.
"É curioso observar a contradição na fala do delator já que ao mesmo tempo em que ele diz que a lista de Furnas é falsa, ele afirma que houve recursos destinados a políticos", criticou o senador.
Por último, Aécio rebateu a citação feita por Delcídio no contexto da CPI dos Correios, do qual o hoje delator presidiu a comissão parlamentar. "O senador jamais tratou com o delator Delcídio de nenhum assunto referente à CPMI dos Correios. Também jamais pediu a ninguém que o fizesse", disse. "Nunca manteve qualquer relação com o Banco Rural, teve conta corrente na instituição ou solicitou empréstimos", completou.
O tucano destacou que o PSDB não atuou na extinta CPI com o objetivo de proteger ninguém. Ele disse que, pelo contrário, o posicionamento tucano sempre foi em favor do aprofundamento das investigações das denúncias. A assessoria do tucano incluiu cópia do relatório final da comissão, no qual o partido sugeriu o indiciamento de integrantes do partido envolvidos.
"Por fim, e ainda sobre esse assunto, é fácil demonstrar que Delcídio do Amaral não está falando a verdade. Ele diz que foi a Minas tratar com o então governador Aécio de assunto referente à CPMI. É mentira. O relatório final da CPMI data de abril de 2006 e a viagem de Delcídio a Minas ocorreu dois meses depois, no dia 7 de junho de 2006. O que demonstra que ele não poderia ter tratado de assunto da CPMI já encerrada. Na verdade, o encontro ocorrido foi a pedido dele para tratar do apoio partidário a seu nome nas eleições estaduais, em 2006, quando ele pretendia ser candidato no Mato Grosso do Sul", concluiu.