Diante da possibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitar ocupar um ministério no governo Dilma Rousseff, a oposição acertou na manhã desta terça-feira, 15, que vai agir em conjunto para barrar a nomeação. Os oposicionistas vão apresentar ação popular que será protocolada no Estados e no Distrito Federal. O lançamento da ação conjunta será hoje à tarde na Câmara.
Deputados do DEM, PSDB e PPS avaliam que a nomeação de Lula é uma manobra para atrapalhar a investigação da Operação Lava Jato e tirar das mãos do juiz Sérgio Moro a condução dos trabalhos, garantindo ao petista foro privilegiado.
O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), disse que a medida mostra que o governo já acabou e está em pânico. "Desesperado, (o governo) tenta se agarrar em seus últimos momentos", comentou
Aceitando um ministério, Lula ganha a prerrogativa de foro privilegiado. Na prática, isso significa que qualquer denúncia contra ele teria de ser avaliada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e não pelo juiz Sergio Moro, considerado muito duro com os investigados da Lava Jato. Os oposicionistas acreditam que a nomeação significaria obstrução da Justiça.
Às vésperas do julgamento dos embargos de declaração do rito do impeachment, os líderes de oposição farão um périplo no STF nesta tarde. Na agenda estão previstos encontros com os ministros Luís Roberto Barroso, Celso de Mello, Marco Aurélio, Cármen Lúcia e Rosa Weber.