O juiz federal Sérgio Moro determinou nesta terça-feira (26), a prorrogação por mais 15 dias do inquérito que investiga o ex-senador Gim Argello (PTB/DF), preso no último dia 12 de abril, na 28ª fase da Lava Jato. A Polícia Federal suspeita que o ex-parlamentar teria extorquido empreiteiras para evitar a convocação dos executivos das empresas nas CPIs da Petrobras no Senado e no Congresso, em 2014.
A decisão do juiz atende à solicitação da Polícia Federal, que apontou a necessidade de prazo maior para analisar todo o material apreendido na 28ª etapa da operação. O prazo inicial do inquérito venceu nesta terça, mas com o novo prazo, os investigadores têm até o próximo dia 11 de maio para concluir o procedimento.
"Apesar das provas já referidas na decisão em questão, apontando, em cognição sumária, provas de materialidade de crimes e indícios de autoria em relação ao investigado, afigura-se salutar conceder mais tempo à Polícia Federal para melhor análise do material apreendido", assinala Moro em despacho desta terça no qual ele ainda ressalta que não será concedido outro prazo extra.
Argello teria tomado dinheiro de Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, e de Léo Pinheiro, da OAS. Da UTC teria recebido R$ 5 milhões - valor destinado a quatro partidos nas eleições de 2014. Da OAS, outros R$ 350 mil, destinados à Paróquia São Pedro, em Taguatinga, cidade satélite de Brasília.
Nesta segunda-feira (25), Argello foi levado para depor na Polícia Federal, oportunidade para se manifestar sobre as suspeitas que a força-tarefa da Lava Jato lança sobre sua conduta. Mas ficou em silêncio. Apesar disso, o ex-parlamentar quer tentar um acordo de colaboração premiada, o que sua defesa vem negando.