Depois de ter sido alvo de protestos enquanto comandava pela primeira vez a sessão no plenário da Câmara dos Deputados como presidente interino, Waldir Maranhão (PP-MA), voltou a dizer que não vai renunciar. "Não há renúncia, nós temos que trabalhar pelo Brasil. A pauta está sobrestada, temos que encaminhar debates que resolvam as questões orçamentárias do Brasil", declarou. No final da sessão desta terça-feira (17), diversos parlamentares foram para a frente da tribuna gritando "fora Maranhão", "fora Cunha" e até "fora Temer".
Questionado sobre as críticas de partidos como DEM, PSDB e PPS, que dizem que ele não possui condições de continuar na função, Maranhão disse apenas que "é da democracia", que as manifestações fazem parte de um "debate democrático". Em discurso na tribuna do plenário, o líder do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM), pediu a renúncia do deputado maranhense da presidência e o acusou de ser um "instrumento" de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Já o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), pediu a sua renúncia para "afastar Cunha de vez".
Maranhão também foi alvo de questionamentos de parlamentares do PSDB. Os deputados Daniel Coelho (PE) e Vanderlei Macris (SP) indagaram Maranhão sobre quem tinha produzido o ato assinado por ele na manhã da última segunda-feira, 9 - e revogado no mesmo dia - em que anulou a sessão da Câmara que aprovou o impeachment de Dilma. "Quem preparou o despacho?", questionou Macris. Maranhão não esboçou reação aos questionamentos feitos pelos parlamentares que se opõem a ele e respeitou o tempo de fala de cada um.