Presidente do COI não teme boicote ao Rio-2016 por impeachment de Dilma

''Presidente Temer foi muito claro, tanto em seu compromisso pessoal, como de seu governo de fazer tudo para que os Jogos sejam um êxito'', disse Thomas Bach
Estadão Conteúdo
Publicado em 18/05/2016 às 8:46
''Presidente Temer foi muito claro, tanto em seu compromisso pessoal, como de seu governo de fazer tudo para que os Jogos sejam um êxito'', disse Thomas Bach Foto: Foto: AFP


O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, afirmou que ficou "satisfeito" com as garantias dadas pelo presidente interino do Brasil, Michel Temer, e que não teme que críticas de alguns governos estrangeiros contra o processo de impeachment sejam traduzidas em um boicote contra à Olimpíada no Rio de Janeiro. Os dois se falaram por telefone na última segunda-feira (16), no primeiro contato entre eles desde que Dilma Rousseff foi afastada da presidência do País. 

"Presidente Temer foi muito claro, tanto em seu compromisso pessoal, como de seu governo de fazer tudo para que os Jogos sejam um êxito, não apenas ao Brasil mas para todo o movimento olímpico", disse Bach nesta quarta-feira, ao responder a uma pergunta do Estadão.com.

"Horas depois de nossa conversa, ele tomou medidas ao chamar todos os ministros envolvidos para uma reunião", disse. "Isso é uma demonstração clara de determinação e responsabilidade", elogiou Bach.

O dirigente ainda apontou que foi convidado para encontrar com Temer em sua próxima viagem ao Brasil, em junho. No COI, fontes próxima ao presidente Bach apontam que a entidade passou "anos" ignorada pelo Palácio do Planalto e que foi apenas nos últimos meses do governo de Dilma Rousseff que Brasília passou a dar atenção aos Jogos. 

"Ele me convidou para se reunir com ele em junho e discutir qualquer tipo de problemas", disse Bach. O alemão confirmou que, em resposta, disse a Temer que tem "total confiança no sucesso do evento". 

Bach ainda deixou claro que não teme um boicote internacional contra o Brasil por conta do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Desde a semana passada, governos como os da Venezuela, de Cuba, da Bolívia, a chefia da Unasul e partidos de esquerda da Europa têm denunciado um "golpe de estado" promovido no País com o afastamento de Dilma. 

"Não temo isso", disse Bach, questionado se esse movimento poderia ser traduzido em algum tipo de apelo a um boicote internacional ao evento. "Minha resposta é clara: não", insistiu

O Estadão.com falou com o Comitê Olímpico da Venezuela que, por meio de sua assessoria, deixou claro que não tem a intenção de promover um boicote contra os Jogos do Rio. Mas admitiu que, se houvesse uma decisão, ela viria do governo.

No início da semana, o novo ministro dos Esportes, Leonardo Picciani, respondeu a um jornalista estrangeiro sobre o risco de um boicote apontando que esse tema estava sendo lidado pelo Itamaraty. Na Chancelaria, fontes de alto escalão negaram que esse seja um tema hoje.

 

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