Marcelo Castro é escolhido candidato único do PMDB para presidência da Câmara

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha já havia dito que o governo trabalha com a ideia da base ter um candidato único
ABr
Publicado em 12/07/2016 às 12:40
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha já havia dito que “o governo trabalha com a ideia da base ter um candidato único Foto: Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil


Após mais de uma hora de reunião a portas fechadas, o PMDB escolheu o deputado e ex-ministro da Saúde, Marcelo Castro (PI), para ser o candidato único do partido na eleição à presidência da Câmara dos Deputados, após a renúncia de Eduardo Cunha, que é a legenda.

Castro conquistou 28 votos e venceu o atual presidente da Comisssão de Constituição e Justiça (CCJ), Osmar Serraglio (PR), no segundo turno de votação. No total, foram 46 votantes. O PMDB, que tem a maior bancada da Casa, tem 66 integrantes. 

O deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG) já havia se registrado para a disputa. Com a decisão de hoje, a orientação é que ele retire a candidatura. 

Mais cedo, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha que “o governo trabalha com a ideia da base ter um candidato único” para a presidência da Câmara dos Deputados.

“Nós estamos trabalhando para que se tenha um só candidato. É possível construir [candidatura única]. Não tem por que nós criarmos a possibilidade de ter qualquer arranhão na base. Nós temos o projeto de um novo Brasil e esse novo Brasil passa por a gente ter condições de ter na Câmara a base que nós temos hoje. Não podemos correr riscos”, disse o ministro.

Oposição

O clima em torno do novo comando da Casa fica mais acirrado após partidos de oposição anunciarem uma reunião na liderança do PT no início da tarde. O partido de Dilma decidiu não apoiar o nome de Rodrigo Maia (DEM-RJ), que pode ser o décimo segundo candidato a se registrar oficialmente. Maia é apontado como uma alternativa a nomes mais ligados a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), porém o PT descartou a Maia, pois ele votou a favor do processo de impeachment de Dilma.  

A confirmação do nome de Maia na disputa pode levar a uma possível divisão na base aliada a Michel Temer. “Temer me ligou para trocar ideias, mas nunca para declarar apoio a mim ou simpatia a outros candidatos”, afirmou Rodrigo Maia. Em entrevista concedida na manhã de hoje, Maia afirmou que a eleição será decidida voto a voto e disse que os candidatos terão que procurar e conquistar cada apoio na Casa.

Segundo o deputado, o novo presidente da Câmara precisa buscar um ambiente de diálogo e pacificar a Casa. “Temos que devolver ao plenário a soberania dos votos”, defendeu.

Da mesma linha política de Maia, está Rogério Rosso (PSD-DF) que foi o décimo a registrar candidatura na noite de ontem (11). Líder do PSB, Rosso comandou a Comissão do Impeachment da presidenta Dilma Rousseff e é tido como um dos favoritos, entre os governistas, a ganhar a eleição.

Candidaturas

As candidaturas podem ser registradas até o meio-dia de amanhã (13), mesmo dia em que ocorre o primeiro turno de votações. Como o número de candidatos é grande e cada um terá 10 minutos para se manifestar em plenário, assessores da Casa estimam que o primeiro turno se estenda até meia-noite. Pelo acordo firmado ontem (11) por lideranças partidárias, haverá um intervalo de uma hora para início do segundo turno. Em um eventual segundo turno, a disputa será decidida obedecendo aos seguintes critérios: maior número de mandatos e parlamentar mais idoso.

Hoje, o primeiro a registrar candidatura foi o deputado Evair Vieira de Melo (PV-ES) que é vice-líder da legenda e está no primeiro mandato. O deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), que foi o sexto a oficializar seu nome, disse hoje (12) que pretende retirar a candidatura. Fortes deve apoiar o nome do mineiro Júlio Delgado, do mesmo partido.

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