Ouvido como testemunha de defesa da presidente afastada Dilma Rousseff no julgamento final do impeachment no Senado, o economista e advogado Geraldo Prado afirmou nesta sexta-feira (26) que a petista não pode ser responsabilizada pela edição de decretos de abertura de crédito suplementar em desacordo com a meta fiscal, pois ela agiu com base em pareceres técnicos afirmando que os decretos eram legais.
Prado explicou que a edição dos decretos é resultado de um processo complexo, em que participam vários órgãos de assessoramento. Ele citou o caso do decreto que abriu crédito para construção de um prédio do Tribunal Regional do Trabalho na cidade de Pedro Leopoldo (MG). "Como o presidente do Supremo e a presidente da República vão avaliar uma violação de meta em cima de um decreto de 20 pareceres técnicos dizendo que está na meta", disse.
A testemunha de defesa apresentou uma ilustração sobre como entende o processo de impeachment. De acordo com ele, é como se a presidente fosse acusada de não pagar o condomínio durante quatro meses e que ela teria apresentado os comprovantes. Como não havia provas sobre isso, a acusação se tornou de homicídio, mesmo não havendo corpo.
É desta forma, de acordo com ele, que se criou o processo de impeachment e é dessa maneira que ele disse no plenário do Senado que explica a situação para seus alunos.