O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), convocou uma reunião de líderes para discutir a vinda da presidente afastada Dilma Rousseff ao plenário na próxima segunda-feira, quando ela irá apresentar a sua defesa no processo de impeachment.
A ideia é começar a reunião depois que a sessão do julgamento deste sábado chegar ao fim, o que deve acontecer por volta das 20h. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, também deve participar.
O encontro atende a um apelo de senadores do PT, que estão apreensivos com a possibilidade de alguns parlamentares aumentarem o tom contra a petista. As sessões do julgamento, que começou na quinta-feira, têm sido marcadas por brigas acaloradas entre senadores. Na sexta, o próprio Renan protagonizou um bate-boca com a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
A ideia é firmar um "acordo de cavalheiros" para que não haja agressões. Petistas pediram a Renan para conversar com os parlamentares de modo a evitar que a situação saia do controle.
A interlocutores, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse que a petista será tratada de forma respeitosa, caso ela "não provoque" os senadores. O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, já afirmou que o partido estuda não fazer perguntas a Dilma, para não constrangê-la.
O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), defende que os senadores tenham direito à réplica depois da resposta da presidente às questões. "O que acontece geralmente é que a resposta não tem nenhum nexo com a pergunta", afirmou. "Tira de quem está arguindo a ré a capacidade de poder avançar no raciocínio e esclarecer a sociedade que está nos ouvindo da falta de argumentos para responder a pergunta", disse.
Pelas regras definidas inicialmente, a presidente afastada terá 30 minutos para fazer uma exposição inicial e depois poderá ser interrogada pelos 81 senadores. Cada um terá cinco minutos para fazer perguntas, mas não há limite de tempo para resposta da presidente afastada. Os parlamentares não teriam direito à réplica, somente se forem citados nominalmente e se sentirem ofendidos.
Em ofício enviado ao Senado, Dilma avisou que virá acompanhada de uma comitiva de mais de 30 nomes, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela pediu uma sala reservada para ficar com o grupo e se preparar para audiência.