LAVA-JATO

MPF diz que existe pressão externa para aceitar delação da OAS

Em nota, os procuradores disseram que a divulgação de supostos anexos da proposta de colaboração aponta para a possibilidade de ter ocorrido má-fé na negociação

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Publicado em 29/08/2016 às 16:25
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Em nota, os procuradores disseram que a divulgação de supostos anexos da proposta de colaboração “aponta para a possibilidade de ter ocorrido má-fé na negociação” - FOTO: Foto: José Cruz / Agência Brasil
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A força-tarefa de procuradores do Ministério Público Federal (MPF) que atua na Operação Lava Jato disse nesta segunda-feira (29) que existe “pressão externa” para forçar a aceitação do acordo de delação do ex-presidente da empreiteira OAS Léo Pinheiro. Em nota, os procuradores disseram que a divulgação de supostos anexos da proposta de colaboração “aponta para a possibilidade de ter ocorrido má-fé na negociação”.

A manifestação foi motivada por reportagem da revista Veja, publicada no dia 20 de agosto. Para os procuradores, a “falta de credibilidade dessas posturas” confirma a decisão tomada na semana passada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de encerrar as negociações com a empreiteira.

“Em um contexto em que a pretensa colaboração não é convincente o bastante, a criação do relato fora do contexto das negociações revela uma tentativa de forçar os investigadores a aceitar a colaboração mediante pressão externa, a despeito de uma análise apropriada do interesse público envolvido”, diz a nota.

Compromisso de contribuir com as investigações

Os investigadores também reafirmaram compromisso de celebrar somente os acordos de delação que “contribuam efetivamente” para as investigações.

“Os membros do Ministério Público reiteram seu compromisso com a Constituição Federal, as leis, a sociedade e a justiça. Reafirmam ainda sua intenção de analisar cuidadosamente todas as propostas de acordo de colaboração, para celebrar somente aqueles que contribuam efetivamente para as investigações, garantam a punição dos culpados e maximizem o ressarcimento aos cofres públicos em face dos crimes bilionários de corrupção que sangraram, por mais de uma década, o Brasil”, afirmam os procuradores.

Na semana passada, a divulgação da reportagem provocou polêmica entre Rodrigo Janot e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.

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