A fala do senador Aécio Neves (PSDB-MG) rebateu as críticas dos senadores oposicionistas e da presidente Dilma Rousseff ontem. Ele ressaltou que a oposição não é responsável pelo crime cometido. "A presidente da República acusa a oposição como fator desestabilizador do seu governo", afirmou.
Em referência ao governo do presidente em exercício, Michel Temer, Aécio afirmou que o Brasil precisa de um conjunto de reformas estruturantes que demandarão coragem, ousadia e determinação do próximo governo. "Estaremos ao seu lado para construir um tempo de esperança e confiança. O que vai ficar de tudo isso é um país com esperança e que volta a acreditar no seu futuro", garantiu Aécio.
O senador citou indicadores econômicos para falar que a maior consequência das ações da presidente afastada é a crise econômica. "Existe uma consequência muito mais perversa e danosa, a consequência desses atos ilegais é a perda de credibilidade do País", disse.
O senador que concorreu junto com Dilma à presidência nas últimas eleições ressaltou ainda que o papel dos senadores num dia como hoje é serem juízes dessa causa. "Nada superará a verdade, nada falará mais alto que os autos que estamos julgando", disse.
Ao falar dos crimes pelos quais a presidente está sendo julgada, Aécio disse que a Constituição precisa ser alterada, pois não permite que um governante seja acusado por crimes em mandatos anteriores. Ao final de seu discurso, o senador afirmou que foram os "brasileiros que, nas ruas, disseram que esse governo não tinha mais credibilidade para governar".
No início do seu discurso, o senador elogiou a conduta do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. O presidente assistiu aos elogios atentamente. "Me sinto honrado em poder ter participado dessa sessão sob a presidência de vossa excelência", afirmou.
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), já fala no dia seguinte ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, dando a condenação da petista como certa no Senado. "Para nós, a preocupação maior não é mais esse processo. Agora nossa grande preocupação é o dia seguinte, o Brasil precisa readquirir a capacidade de crescer, de voltar a gerar empregos", afirmou o tucano nesta terça-feira (30).
Questionado se o "dia seguinte" consiste em bloquear o reajuste para ministros do Supremo Tribunal Federal, Aécio disse que há uma "agenda dura" pela frente e que na visão do PSDB "não é mais hora de novos gastos". "É hora, ao contrário, de reduzir o peso do estado e de termos políticas públicas mais qualificadas", afirmou Aécio.
O reajuste gerou um embate entre PSDB e PMDB. Aécio já enviou recado ao presidente interino, Michel Temer, de que a bancada tucana será contra o aumento aos ministros do Supremo e tanta fazer os demais partidos da base se comprometerem com o mesmo.