O presidente Michel Temer disse no início da noite desta quarta-feira (31) durante reunião ministerial, que quer ter a compreensão da sociedade brasileira em relação à necessidade de reformas, como a previdenciária e a trabalhista.
"Pedi que haja uma campanha de publicidade sobre necessidade da reforma da Previdência, essas coisas têm que ser divulgadas, esclarecendo à população. Não queremos fazer coisa de cima para baixo, queremos que haja compreensão da sociedade brasileira", disse, ressaltando que acredita que agora "já há condições para essa compreensão."
O presidente afirmou ainda que, no caso da reforma trabalhista, a ideia é falar da readequação e da modernização da relação entre empregado e empregador, para garantir e gerar empregos.
Temer fez um apelo aos seus ministros para que conversem com parlamentares, já que todos representam vários partidos, e mostrem a necessidade de aprovar matérias e reformas que o seu governo está propondo. Segundo Temer, agora o governo é composto de uma "coletividade partidária". "Não é um partido que está no poder e despreza os demais, pelo contrário, é um partido que está no poder e que preza pelos outros", afirmou.
Sem citar a ex-presidente Dilma Rousseff, Temer afirmou que o que mais se dizia no passado "e era desagradável" é que os partidos não participavam da formulação das políticas. "Não quero que aconteça no nosso governo", afirmou.
Ao destacar que quer uma "conexão permanente" entre Executivo e Legislativo, Temer rechaçou, segundo ele, a "tese" de alguns veículos de imprensa, de que o governo recuou em algumas propostas e disse que jamais vai "abandonar a tese que temos que dialogar" insistentemente. "Há algumas coisas que não podemos abrir mão. Temos que insistir junto às bancadas, e eu farei pessoalmente, para que possamos da aprovação dessas matérias."
O presidente destacou que o governo tem tido "apoio extraordinário" do Congresso e citou a aprovação de medidas provisórias nesta terça-feira, 30, e também o fim da votação do projeto de Lei Complementar 257/2015, que trata da renegociação da dívida dos Estados.
Temer disse ainda que a PEC do teto dos gastos é fundamental para o País, mas, às vezes, é uma matéria "mal compreendida". "Vamos reunir as bancadas uma a uma, eu próprio comparecerei com técnicos para que possamos sensibilizar (da importância da matéria)".
Temer pediu aos ministros que "cada um cuide com afinco com a sua área" e afirmou que não há nenhum impedimento que os ministros se manifestem. "Pelo contrário, quando os senhores se manifestam sempre é para prestigiar o governo", disse, ressaltando que pedia "a gentileza" de os ministros enfatizarem em suas manifestações que não há medidas isoladas e que eles falam em nome do governo. "O ministro não tomou medidas por conta própria, mas em função do governo", completou.