IMPEACHMENT

Após impeachment, Kátia Abreu diz estar com consciência tranquila

"Fiz meu dever. Para mim, lealdade, coerência e ética não são só palavras no texto, só uma bandeira. Para mim, é uma bandeira e as pessoas têm de lutar. Foi isso que fiz e faria tudo de novo", afirmou a senadora

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Publicado em 31/08/2016 às 16:36
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"Fiz meu dever. Para mim, lealdade, coerência e ética não são só palavras no texto, só uma bandeira. Para mim, é uma bandeira e as pessoas têm de lutar. Foi isso que fiz e faria tudo de novo", afirmou a senadora - FOTO: Foto: Agência Senado
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Após o resultado da votação que resultou na cassação do mandato da presidenta Dilma Roussef, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) disse estar triste, mas com a consciência tranquila e com a certeza do dever cumprido. "Fiz meu dever. Para mim, lealdade, coerência e ética não são só palavras no texto, só uma bandeira. Para mim, é uma bandeira e as pessoas têm de lutar. Foi isso que fiz e faria tudo de novo", afirmou.

Correligionária do presidente Michel Temer e uma das principais defensoras de Dilma, a senadora questionou a postura do partido durante o processo de impeachment.

"Não fui eu quem mudou de lugar. O Michel Temer foi vice-presidente da Dilma por duas vezes. Apoiei essa chapa. Quase que perdemos e também quase não tinha coligação com Dilma, porque grande parte do PMDB que hoje apoia Temer não queria que ele fosse vice-presidente da Dilma", afirmou.

De acordo com a senadora, muitos votaram no Aécio Neves. "O Geddel Vieira Lima [atual ministro da Secretaria de Governo] e o Jucá [ex-ministro do Planejamento] votaram no Aécio Neves. Tantos outros diretórios não votaram no Michel Temer e hoje estão aí usufruindo de um governo que não ajudaram a eleger."

Diante de rumores de uma possível expulsão, ela também cobrou da legenda respeito por sua posição e do senador Roberto Requião (PMDB-PR) que foram contra o processo.

"Quero lembrar que ele [o PMDB] sempre decantou em verso e prosa a democracia. Foi um dos grande pilares da democracia no Brasil, desde as diretas já, e isso não pode ser só discurso para fora. Espero que o PMDB pratique a democracia interna e eu, como o senador Requião, fizemos aquilo que nossos valores e princípios indicaram", acrescentou.

Questionada como seria sua postura diante do novo governo, Katia Abreu informou que votará com independência e que o PMDB nunca cobrou fechamento de questão em torno das votações.

"Voto de forma totalmente independente. Ainda na semana passada, votei a favor da DRU [Desvinculação de Receitas da União]. Ninguém me pediu, mas minha consciência mandou votar com a DRU, porque ninguém governa o país sem a DRU. Votarei a favor de todas as matérias que forem boas para o Brasil, inclusive as reformas. Não terei nenhum problema em votar contra aquilo que acredito que não é bom para o país", destacou.

Ao avaliar o novo governo, Katia Abreu disse acreditar que Temer terá dificuldade de manter coesa sua base de apoio no Parlamento.

"Tenho muita dúvida sobre a base de apoio do PMDB. Se de fato ela vai continuar com alguns partidos políticos à sua volta. Assistimos aqui hoje, antes mesmo do impeachment, divergências entre o PSDB e DEM com relação aos aumentos abusivos de gastos públicos que este governo está praticando. Assistimos no plenário do Senado."

Defesa

A senadora disse ainda que defendeu Dilma não apenas pela amizade, mas por acreditar na sua inocência, "Minha lealdade não pode ser encarada de forma contrária: é amiga da Dilma, logo é leal. Não. O que me fez ser amiga da Dilma foi justamente o tratamento que ela deu ao setor agropecuário, às demandas solucionadas."

Conforme Kátia Abreu, existe a gratidão "pelo que ela deu ao setor de minha atividade e isso trouxe sintonia de ideia e pensamentos. Por isso, nos tornamos amigas. Poderíamos ser amigas, eu não acreditar na sua honestidade e continuar amiga dela, mas não a defenderia como fiz", concluiu a senadora.

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