Milhares de pessoas tomaram as ruas de Porto Alegre na noite dessa quarta-feira (31) em protesto contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. A concentração começou por volta das 18h na Esquina Democrática, no Centro Histórico da capital gaúcha.
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Os manifestantes portavam cartazes denunciando o que chamam “golpe contra a democracia” e exigindo a saída do presidente da república, Michel Temer, empossado hoje à tarde após a confirmação do impeachment no Senado. Bandeiras de partidos, como PT e PSOL, e de movimentos sociais também foram levadas para o ato.
Por volta das 19h, o grupo deixou a Esquina Democrática e iniciou uma caminhada em direção ao Parque Farroupilha. Na Avenida João Pessoa, diante da sede do PMDB em Porto Alegre, um grupo que carregava um caixão escrito “democracia” incendiou o objeto. Alguns manifestantes mais exaltados depredaram o portão que dava acesso à sede do partido.
Foi quando aconteceu a primeira intervenção da Brigada Militar (BM). Os policiais dispararam uma bomba de gás em frente à sede do PMDB, no meio da multidão. Foi o princípio de uma correria generalizada, mas que durou poucos minutos. Instantes depois, os manifestantes estavam novamente reunidos e seguiram em caminhada.
Confronto
A tensão chegou ao clímax por volta das 20h15, na Avenida Ipiranga, quando o grupo se aproximou do prédio da RBS, empresa de comunicação afiliada da Rede Globo. Os homens da BM formaram um cordão de isolamento ao redor do edifício e dispararam mais bombas de gás na multidão. Alguns manifestantes queimaram pneus no meio da avenida e tentaram revidar com pedras arremessadas contra os policiais.
O confronto durou cerca de 20 minutos. Durante o enfrentamento, o grupo gritava para os policiais que eles “estavam do lado errado”. Após alguns minutos, os manifestantes desistiram de se aproximar do prédio e recuaram pela Avenida Érico Veríssimo em direção à Cidade Baixa.
Após circular pelas ruas do bairro convocando a população a se unirem ao movimento, a multidão se dirigiu para o Largo Zumbi dos Palmares, onde a manifestação foi encerrada.
Repúdio
O diretório estadual do PMDB emitiu uma nota de repúdio pela depredação de sua sede durante o protesto em Porto Alegre. O documento diz que o partido “condena todo e qualquer tipo de violência e não admite tais atos como forma de manifestação”.