A Operação Lava Jato apresentou nesta quarta-feira (14) denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção e lavagem de dinheiro na reforma do tríplex do Condomínio Solaris, no Guarujá, litoral paulista. Além do petista, Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, Marisa Letícia, ex-primeira dama, o empresário da OAS, Leo Pinheiro, e outros funcionários da empreiteira também foram denunciados.
Lula é alvo de três investigações centrais na Operação Lava Jato, em Curitiba - sede do escândalo de cartel e corrupção na Petrobras.
Lula teria recebido "benesses" da empreiteira OAS - uma das líderes do cartel que pagava propinas na Petrobras - em obras de reforma no apartamento 164-A do Edifício Solaris.
O prédio foi construído pela Bancoop (cooperativa habitacional do sindicato dos bancários), que teve como presidente o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto - preso desde abril de 2015. O imóvel foi adquirido pela OAS e recebeu benfeitorias da empreiteira.
Os procuradores da Lava Jato acusaram na Justiça Lula de ser o verdadeiro dono do tríplex que estava em reforma - a defesa do petista nega taxativamente.
Abaixo, diagrama apresentado pela Lava Jato
No último mês, a Polícia Federal indiciou Lula, a ex-primeira dama Marisa Letícia, o ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, e um engenheiro da empreiteira que participou da reforma do imóvel.
No indiciamento, o delegado Márcio Adriano Anselmo, afirmou que "(Lula) recebeu vantagem indevida por parte de José Aldemário Pinheiro e Paulo Gordilho, presidente e engenheiro da OAS, consistente na realização de reformas no apartamento 174". O imóvel recebeu obras avaliadas em R$ 777 mil, móveis no total de R$ 320 mil e eletrodomésticos no valor de R$ 19 mil - totalizando R$ 1,1 milhão.