Os deputados que participaram de almoço com o presidente Michel Temer afirmaram que ele prepara um anúncio - que pode acontecer ainda nesta quinta-feira (15) - da formação de uma Câmara Setorial, que reúna trabalhadores e empregados, com o objetivo de gerar emprego. "Discutimos com ele e ele vai anunciar que o Brasil precisa juntar trabalhadores e empresários para discutir ambiente negócio", afirmou o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (Solidariedade-SP). O Palácio do Planalto, entretanto, ainda não confirma nenhum anúncio.
Segundo relatos de outros deputados presentes, a medida é uma demanda que já existia no Parlamento e Temer afirmou que ela já estava sendo estudada. A estratégia seria alinhar esses trabalhos setoriais com os projetos de ajuste fiscal, como a PEC do teto do gasto público, para atrair investimentos e fazer com que haja a esperada retomada do crescimento.
Temer recebeu para um almoço no Planalto, além de Rosso, o líder do PMDB, Baleia Rossi (SP), Aelton Freitas (PR-MG), Jovair Arantes (PTB-GO), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Márcio Marinho (PRB-BA) e Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Também participou do encontro o líder do governo André Moura (PSC-CE).
Após almoço com o presidente Michel Temer, deputados do chamado "centrão" reafirmaram apoio ao governo e negaram que já estejam discutindo estratégias para a eleição para a presidência da Câmara no ano que vem.
Segundo o líder do PTB na Casa, Jovair Arantes, o atual grupo de 13 partidos vai continuar dando sustentação ao governo e trabalhar para que sejam aprovadas as medidas necessárias para fazer o País voltar a crescer "O centrão vai continuar apoiando governo para salvar o Brasil", disse.
Para Rogério Rosso, o principal objetivo agora será votar, até o fim do ano, a proposta de emenda à Constituição que estabelece um teto de gastos. "Eu me considero integrante da base do governo", disse. Ele lamentou que o termo "centrão" tenha se tornado "pejorativo".
O líder do PP, deputado Aguinaldo Ribeiro, também afirmou que o grupo vai ter "responsabilidade" e "transparência" para trabalhar pautas importantes para o País. Ele negou que a sucessão na presidência da Câmara esteja em pauta no momento. "A questão sucessória não ajuda em nada, nem Congresso e nem o governo, nem o País", disse.
A manifestação de apoio ao governo Temer acontece após o jornal O Estado de S. Paulo mostrar que o grupo, enfraquecido após a eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para presidência da Câmara e a cassação de Cunha, estava começando a articular uma aproximação com a atual oposição na Casa, sobretudo PT, PDT e PCdoB. O principal objetivo seria juntar forças para tentar se sobrepor ao grupo da antiga oposição (PSDB, DEM, PPS e PSB) na eleição para sucessão de Maia.
Após o almoço, os deputados também divulgaram uma carta assinada por nomes do PMDB, PP, PSD, PRB, PTB, SD e PSC , na qual reafirmam ter o "mais absoluto e irrestrito compromisso" com o governo.