POLÊMICA

Texto de anistia à caixa 2 foi motivado por delações de empresários, diz Valente

Segundo Ivan Valente, o projeto só não foi votado na noite dessa segunda-feira (19) porque houve "uma grita dos deputados que ainda têm juízo"

Estadão Conteúdo
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Publicado em 20/09/2016 às 13:47
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Segundo Ivan Valente, o projeto só não foi votado na noite dessa segunda-feira (19) porque houve "uma grita dos deputados que ainda têm juízo" - FOTO: Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
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O líder do PSOL na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), afirmou que a tentativa de votar um projeto de lei que poderia anistiar a prática de caixa 2 em campanhas tem a ver com o fato de empresários de grandes empreiteiras estarem negociando delações premiadas no âmbito da Operação Lava Jato.

"Quem vai acreditar que não se quer livrar a cara de todos? Bem na hora em que as duas maiores empreiteiras do País negociam delação, a OAS e a Odebrecht, e têm uma mega lista de parlamentares implicados, o Congresso vem e quer passar uma borracha geral nisso?", afirmou.

Segundo Ivan Valente, o projeto só não foi votado na noite dessa segunda-feira (19) porque houve "uma grita dos deputados que ainda têm juízo". "Eu não pensei que pudéssemos chegar a tanto. Nós não tivemos acesso ao relatório. Esse projeto não tem paternidade. Foi gestado tanto por gente do governo quanto da oposição", disse.

As declarações do líder do PSOL aconteceram durante uma audiência da comissão especial da Câmara que debate o pacote de dez medidas anticorrupção proposto pelo Ministério Público Federal. O tema dominou a discussão do colegiado, que aprovou um requerimento para que o vice-procurador-geral eleitoral Nicolao Dino venha à comissão para falar sobre a criminalização do caixa 2 em campanhas.

Delações

A delação de empresários da Odebrecht, incluindo o dono da empreiteira, Marcelo Odebrecht, está na fase final. Em março, uma planilha com a indicação de pagamentos feitos pela Odebrecht a políticos foi encontrada pela força-tarefa da Operação Lava Jato. A lista trazia pelo menos 279 nomes ligados a 24 partidos políticos.

A delação da OAS também deve ser retomada após a Procuradoria-Geral da República determinar a suspensão das negociações em agosto, depois de informações sobre o acordo vazarem para a imprensa.

 

 

 

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