A proposta da reforma da Previdência está em fase de conclusão, e o texto inclui as observações feitas pelo presidente Michel Temer em dois encontros ocorridos nessa terça-feira (8). Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, após esta última revisão, Temer deve dar início às conversas com centrais sindicais e lideranças partidárias na Câmara e no Senado.
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"Virá antes do recesso [do final do ano], mas votação [da reforma na Câmara] é certo que não teremos. O máximo que poderíamos sonhar era ter na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça] a votação da admissibilidade [da proposta]", disse Padilha, durante o lançamento de um livro sobre os 50 anos do PMDB, realizado na Câmara. O avanço do texto na CCJ também depende do calendário de negociações que será definido por Temer.
Padilha afirmou que o governo também está confiante na agenda acertada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que prevê a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que define o teto de gastos públicos para os próximos 20 anos, antes do encerramento das atividades legislativas este ano.
Eleição de Trump
Perguntado sobre a eleição de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos, Padilha disse que não espera mudanças bruscas, “como não aconteceria se Hillary Clinton tivesse sido eleita”. Para ele, não houve “grande surpresa”, e a escolha do republicano reflete um “retrato de um novo tempo do processo político”, manifestado também quando a Inglaterra decidiu deixar o bloco da União Europeia. “Teremos que aprender a conviver com novos tempos”, afirmou, frisando que esta é uma opinião pessoal e não de governo.
Padilha ainda afirmou que a sociedade norte-americana tem uma democracia “bastante” madura e tem se mostrado mais forte do que as pretensões de presidentes que assumem a administração dos Estados Unidos.
Perguntado sobre as relações dos Estados Unidos com o Brasil, o ministro disse estar “absolutamente” tranquilo. “A aliança do povo brasileiro com o povo americano se sobrepõe à questão circunstancial de governo. A relação entre os povos é excelente, e não há mudanças”, afirmou, citando o fluxo turístico entre os dois países. A mesma estabilidade, segundo ele, ocorrerá em relação ao fluxo comercial. Para Padilha, a tradicional parceria entre os dois países não deve sofrer mudanças bruscas.
Rodrigo Maia
Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o resultado não era esperado, mas que o importante é que a população decidiu democraticamente. “Acho que o discurso logo após as eleições foi um discurso que anima a todos, de harmonia e conciliação. Acho que, com este caminho de distensionamento, a gente vai conseguir avançar nas relações entre Brasil e Estados Unidos, que é um parceiro comercial muito importante para o Brasil”, avaliou.