A prisão do ex-governador do Rio Sérgio Cabral provocou no Planalto a sensação de que a Lava Jato agora mira no PMDB e pode chegar muito perto de auxiliares do presidente Michel Temer.
Leia Também
- Pezão pede 'ampla defesa' para Sérgio Cabral
- Cabral é levado para Bangu; grupo festeja chegada com fogos e espumante
- Após prisão de Cabral, Temer diz que PMDB continua com papel relevante
- Cabral deixa sede da PF e deve ser conduzido para complexo de Bangu
- Cabral tem joias e lancha avaliada em R$ 5 milhões apreendidas
- Jungmann diz que prisão de Cabral faz parte do ''jogo democrático''
- Mulher de Cabral gastou R$ 57 mil em dinheiro vivo por seis vestidos
O receio do governo é mais com o que está por vir - na esteira da delação do empresário Marcelo Odebrecht, preso desde junho de 2015 em Curitiba - do que com o que foi revelado até hoje pelos investigadores.
Embora Cabral não seja do grupo político de Temer, sempre foi um nome de peso no PMDB. Causa apreensão no Planalto, ainda, a proximidade do ex-governador com o secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, e também com Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa do Rio e pai do ministro do Esporte, Leonardo Picciani.
O porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, afirmou que Temer confia plenamente em Moreira, outro ex-governador do Rio. Antes mesmo de ser preso, o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) repetiu que Moreira "não resiste" a uma investigação. Questionado sobre a prisão de Cabral, Moreira não quis comentar o assunto.
Truculência
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert), a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgaram nota nesta quinta-feira, 17, criticando a "truculência" de agentes da Polícia Federal contra repórteres da TV Globo e da GloboNews que cobriam a prisão de Sérgio Cabral. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.