A Justiça Federal decidiu nesta terça-feira (6) emitir um mandado de prisão contra Adriana Ancelmo por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, no âmbito da Operação Lava Jato, no Rio de Janeiro. Adriana é mulher do ex-governador do estado Sérgio Cabral, que foi preso há 19 dias e, também nesta terça, foi deunciado pela Procuradoria da República por formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro.
Cabral é apontado como líder do grupo que desviou ao menos R$ 224 milhões em obras com diversas empreiteiras no Rio de Janeiro, entre elas a reforma do Maracanã e o Arco Metropolitano, em troca de aditivos em contratos públicos e incentivos fiscais.
Dois pedidos de prisão contra a mulher de Cabral já haviam sido negados. Desta vez, foram analisados contratos do escritório Ancelmo Advogados com empresas que receberam, durante a gestão Cabral, benefícios fiscais do governo. Além da suspeita da continuação dos esquemas por parte de Adriana, já que ela não teria entregue todas as joias compradas com o dinheiro criminoso aos investigadores.
O escritório de Adriana Ancelmo arrecadou, em contratos com 40 clientes nos últimos oito anos (2008-2015), conforme dados obtidos pelo Jornal O Globo, R$ 78 milhões. Os investigadores suspeitam de uma conexão entre os bilionários benefícios fiscais concedidos pelo governo.