Homologação das delações da Odebrecht repercute no Congresso

O senador Requião afirmou que o ideal seria que o conteúdo das homologações das delações da Odebrecht fosse divulgado antes da eleição para as Mesas
Estadão Conteúdo
Publicado em 30/01/2017 às 10:08
O senador Requião afirmou que o ideal seria que o conteúdo das homologações das delações da Odebrecht fosse divulgado antes da eleição para as Mesas Foto: Foto: ABr


O senador Roberto Requião(PMDB-PR) afirmou nesta segunda-feira (30), ao Broadcast Político que o ideal seria que o conteúdo das homologações das delações da Odebrecht fosse divulgado antes da eleição para as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado. 

Para ele, o Legislativo está numa situação "constrangedora" - já que poderá eleger parlamentares para cargos do comando das duas Casas Legislativas que futuramente poderão ser alvo de questionamentos no Supremo Tribunal Federal (STF).

"Estamos numa situação muito constrangedora neste processo", avaliou o senador, ao ressalvar que, sem a íntegra das delações, não se pode fazer nada para eventualmente discutir os nomes para o comando das duas Casas.

Cármen Lúcia homologou as 77 delações da Odebrecht nesta segunda-feira

A presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, decidiu homologar as delações dos 77 executivos da Odebrecht. A decisão foi anunciada nesta segunda-feira pela manhã. Contudo, Cármen manteve o sigilo em relação à divulgação do conteúdo das colaborações premiadas.

A eleição para a Mesa do Senado está marcada para esta quarta-feira (1º), e para a Mesa da Câmara, no dia seguinte.

O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), afirmou que a eventual divulgação dos acordos de colaboração premiada dos executivos da Odebrecht poderá atingir as cúpulas dos Três Poderes, e não apenas a do Legislativo. Ele não quis avaliar antecipadamente o impacto que o procedimento poderia ter para as candidaturas de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), respectivamente, aos comandos da Câmara e do Senado. Tanto Maia quanto Eunício já foram citados por executivos da empreiteira antes da delação ter sido homologada. Os dois negam quaisquer irregularidades.

"Não faço prejulgamento nem juízo de valor", disse Caiado, ao avaliar que, quaisquer que sejam os delatados, é preciso ter conhecimento detalhadamente os supostos benefícios que a empreiteira tinha em troca de cobrança de propina.

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